Prólogo: Sementes

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Prólogo: Sementes

Meu nome é Gavin, nasci e cresci aqui em Nova Iorque, meus pais são separados desde que eu tinha oito anos, eu tinha um irmão naquela época, mas ele se matou, ele se matou por causa da morte de seu melhor amigo, eles eram como unha e carne, e agora estão juntos até no outro mundo, eu amava meu irmão, Jude, esse era o nome dele, e seu amigo, Martin. Depois da morte de Jude, meus pais começaram a brigar ainda mais, um colocava a culpa no outro, e eles se separaram na véspera do meu aniversário de nove anos.

Estou indo pra aula de biologia agora, quer dizer, eu até iria, se na última aula eu não tivesse jogado a rã do módulo de dissecação no meu professor.

- Gavin! Que surpresa vê-lo por aqui, achei que tinha deixado claro que era pra você ficar na coordenação durante as aulas de biologia. – esse é meu professor, Sr. Robinson, ele é sempre assim.

- Não vou ficar lá sozinho seis vezes por semana.

- Realmente você não vai. Você será transferido para um colégio em Springfield, o Colégio Rosa Branca para Crianças Especiais.

- Tá me chamando de retardado?!

- Não, é só que com crianças especiais, eles querem dizer, gays, asiáticos, com deficiências físicas, mentais, e valentões.

- Eu não sou nada disso!

- Sério? Essa sua mão fechada quase me dando um soco, você tem certeza que não é nada disso? Já conversamos com sua mãe, ela já retirou as passagens que o governo deu de graça, e vocês viajam no final de semana, então, por favor, retire as coisas do seu armário e vá fazer sua mala.

Ótimo, estou sendo transferido para um colégio que eu não conheço que fica em outra cidade, em outro estado, e eu simplesmente não posso fazer nada a respeito, minha vida é foda!

- Mãe, pode me explicar o motivo disso?- falo com ela ao telefone.

- Eu preciso me mudar daqui, estou sendo procurada por dever dinheiro pra uns caras do bar, e outra, vai ser uma boa pra mim.

- Mãe, a questão não é você, a questão sou eu, deixa quieto, nem sei mas se você é minha mãe, desde o meu aniversário de nove anos.

- Olha aqui Ga... – desliguei antes que ela pudesse responder, se eu não tivesse feito isso levaria bronca de uma drogada qualquer, e eu não quero isso, até por que, quando eu chagar em casa ela não vai se lembrar sequer da minha ligação.

Fui pra casa e entrei correndo no meu quarto, liguei meu computador e só consegui jogar paciência, sim eu jogo paciência, é o meu hobbie preferido, coloquei uma música qualquer, era Hey Jude, dos Beatles, lembrei-me do meu irmão, mas foi apenas por um momento.

Desliguei o computador, tirei minha camisa e calça, fiquei apenas de cueca, eu faço as coisas melhor assim, peguei minha mala num quarto que eu uso de depósito e comecei a fazer enquanto ouvia Hometown Glory, da Adele, parecia apropriado.

Terminei de fazer a mala e fui tomar um banho, depois fui pra cama, eu fico muito cansado fazendo a mala, a propósito, tenho dezesseis anos, 1, 83 de altura e calço 43, caso você queira me dar um tênis, ou um chinelo, Cabelos castanhos bem claros e olhos verdes, mentira meus olhos são castanhos bem claros também. Vou dormir, por que hoje o dia foi longo.

Acordei às sete da manhã, NINGUÉM MERECE, peguei minha roupa de correr, e fui correr, geralmente corro pra manter a boa forma, mas hoje vou correr para esquecer de tudo, da minha mãe drogada, do meu novo colégio, de Illinois, e principalmente, de mim mesmo, mas como diria Shawn Mendes, tudo isso que eu estou passando, quando eu pisar no novo colégio, serão apenas memórias.

Rosa BrancaOnde histórias criam vida. Descubra agora