Capítulo 2-
Já estavamos distantes daquela favela. Não me sentia confortável com a presença daquele homem. Tentava não me segurar muito ele, mas era impossível, se eu não me segurasse em algum canto do seu corpo eu caia.
- Se tiver nome pode falar, docinho. - Assim que ele falou, voltei para realidade. Não gostava quando ele me chamava assim, nem sabia o que responder.-
- H-ham. Cris... Cristina. - Engoli seco. Não tinha certeza se foi o certo falar meu nome, ele poderia ir atrás de mim.-
- Cristina, nome muito bonito. O meu é Liam, mas você já deve saber. - Ele falava e as vezes olhava para mim, através do retrovisor-
Não eu não sabia, não tinha ideia do que aquele homem que estava comigo era. Tenho apenas hipóteses do que ele é, e sei que estão certas.
- Obrigada, Liam. Já estamos chegando? não to reconhecendo o caminho - Quando vi que não estavamos no caminho certo, comecei a me desesperar-
- Calma, calma. No outro caminho tinha polícias, não podia passar por lá. - Senti um pequeno alívio quando ele falou, mas tinha caido a ficha que ele era um criminoso.-
Estava passando pela praia, não tinha quase ninguém. Pedi para que ele parasse a moto, e me acompanhasse um pouco. Com receio, ele atendeu meu pedido.
- Primeira vez que vejo a praia - Olhando atentamente para o mar-
- Sério? o que você fez todo esse tempo? - Ele deu uma pequena risada, e continuou me olhando-
- Meus pais não deixavam eu sair de casa - Quando me lembrei, abaixei o olhar.-
Sentamos na areia, e ficamos observando o mar, algumas pessoas que ainda passavam por ali. Não eram muitas, por conta do horário.
Ele sentou bem próximo a mim, colocou a mão na minha cintura. Assim que ele colocou, senti um calor por dentro do meu corpo. Admito, eu gostei.
Apoiei minha cabeça em seu ombro e comecei a puxar assunto:
- Eu deveria ter medo de está com você, mas eu não sinto isso - Olhei no fundo dos olhos verdes dele-
- Eu sei. Eu sei que tudo isso é estranho, eu nunca me aproximei de ninguém assim, mas com você é diferente - Ele acariciava meus cabelos negros delicadamente, nunca diria que ele era um criminoso nojento-
- To tão cansada - minha respiração já não estava tão acelerada como antes, já estava mais calma-
- Quer que eu te leve para casa? - Ele parou o carinho e olhou para mim-
- Não, não. Eu não posso ir para casa, eu briguei com eles. Eu fugi. - Disse com calma, mas disse-
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Linha vermelha
RomanceNão vivia, só existia. Tinha vontade de sair pelo mundo, caminhar pelas praias e me sentir livre, mas não conseguia. Cresci dentro de uma casa, que considerava uma prisão. Direitos? não existiam, eu era torturada e ninguém abria a boca para f...