Out of Control

Capítulo 1-Pilot

Acordo e olho imediatamente para o meu telemóvel, são 6h57, ainda é um pouco cedo para me preparar, mas hoje o dia vai ser muito longo, por isso quanto mais depressa me preparar mentalmente melhor será.

Vou tomar um duche, e esforço me o mais possível para não acordar a minha mãe nem a minha irmãzinha, têm passado por tanto depois da morte do meu pai, que o que lhes falta é um adolescente de 17 anos a acordá-las às 7h da manhã...

-Jo...Jon?-diz uma voz sonolenta

-Sim fofa sou eu... volta para a cama que ainda é cedo- digo enquanto preparo a minha mochila

-Anda me contar uma história...por favor...

Ao ouvir aquele pedido daquela vozinha é impossível recusar-Anda lá vamos lá Mary, eu conto-te, mas tem que ser rápida!

-Combinado.

Pego nela ao colo e levo-a para a sua cama, depois de a ter aconchegado conto-lhe uma breve história, que tem um efeito quase imediato nela. Volto a olhar para o relógio e vejo que me vou atrasar, por isso pego nas minhas coisas e saio de casa sem tomar pequeno-almoço, apanhando o autocarro com muita sorte.

As aulas passam muito depressa e quando dou por mim já estou no último tempo de filosofia. O tema de hoje era um debate sobre ética moral.

-Jon farias algo de ilegal para o bem da tua família?- pergunta o professor

-Eu... eu acho que isso dependeria da gravidade da situação... eu acho que não teria coragem para quebrar a lei...*TRIIIIMMMM*

-Salvo pelo toque-diz o professor às gargalhadas

Eu limito-me a pegar nas minhas coisas e sair, visto que as aulas já acabaram e ainda tenho que ir trabalhar...

-Jon! Ei Jon! Espera!- diz uma voz feminina

Viro me para trás e deparo me com os meus dois melhores amigos a caminharem para mim, Carol e Ned.

-Pessoal eu estou com pressa, por isso agradecia que se despachassem caso queiram ter o privilégio de ter a minha companhia!

-Pff, convencido...-diz Carol a rir-se

-Para quê tanta pressa rapaz... é sexta! Temos montes de tempo... Que me dizes de irmos os três ao parque para dar um passeio?

-Agradeço o convite e tudo, mas tenho que ir trabalhar caso se tenham esquecido-digo eu com a voz um pouco aborrecida

-Desculpa !Esqueci-me completamente...

-Não faz mal.Bem... parece que é aqui que vos deixo... portem-se mal vocês os dois-digo entre risos

-Xauzinho Jonas –diz Carol a rir-se

-Mata-a a por mim Ned se faz favor- digo-lhes quando lhes viro as costas e me faço à estrada.

Felizmente o caminho até ao café onde arranjei um part-time é relativamente pequeno, daí conseguir chegar lá um pouco antes da hora, porém decido não entrar e sento me num banco a fazer horas.

Milhares de pensamentos correm pela minha mente, mas um que continuava a encontrar o seu caminho de volta era a pergunta que o professor tinha feito... será que eu era capaz de quebrar a lei pela minha família? Há alguns meses talvez diria que não, mas depois de tudo que se tem vindo a passar... depois das responsabilidades que me foram entregues... eu não sei o que faria...

-Jon vai chegar atrasado!-ouço uma voz a dizer.

Olho para a direita e encontro o meu supervisor que passa por mim à velocidade da luz, eu sigo-o e entro no café no qual sou "obrigado" a trabalhar. "Obrigado" a trabalhar é uma expressão talvez ridícula uma vez que fui eu que sugeri encontrar um trabalho... ninguém me obrigou... e eu sei que o faço pela minha mãe e pela Mary, não por mim.