por quê seu dono tem que ser tão gostoso?

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— Ei, gatinho. — Youngjae disse, cauteloso, pelo gato branco com seu focinho e os fins das patas negros em cima de seu sofá novinho, espreguiçando-se e pronto para enfiar as garras no estofado do assento tão precioso para si. — Psiu, venha. — chamou-o, aquele gato dos infernos invadia seus apartamentos a três dias, arranhando sem pudor seus móveis sempre tão bem cuidados e comendo a carne que botava para descongelar. Definitivamente, o Choi odiava o bichano.

Youngjae encarou o gato e este fez o mesmo consigo em uma briga acirrada em quem desviasse o olhar primeiro. O garoto sabia que se parasse com o contato visual poderia dar adeus a estampa florida e bonitinha do lugar onde passava boa parte de seu tempo.

A campainha tocou, e em um susto o bichano de pêlos brancos enfiou as garras no estofado, arranhando-o e Youngjae praguejou, batendo com a mão nas costas do sofá e espantando o gato dali pelo impacto que havia feito. Ora, se ele soubesse que era preciso fazer somente isso teria feito mais cedo. Caminhou até a porta, abrindo-a e dando de cara com o seu vizinho absurdamente lindo. Youngjae se perguntava o que um cara como aqueles fazia no cafundó de Judas, que era como ele apelidava de maneira carinhosa a pequena cidade em que moravam, sendo esta praticamente apagada do mapa, pois ninguém novo parecia por ali se não fossem parentes de alguém, ou algum azarado perdido. A cidade era tão pequena que se um dos dois acontecesse, em menos de uma semana estariam todos informados.

Youngjae se perguntava se pessoas bonitas tinham decisões tão estúpidas quanto as de Jaebum, de se mudar para o meio do nada onde tudo o que acontece está nos ouvidos do povo. Ele não havia vindo por causa de um parente, muito menos havia se perdido, ele simplesmente veio com suas malas e boa vontade para aquele fim de mundo, coisa que deixava o mais jovem chocado, mas sem reclamar claro, não era sempre que havia um puta homão daqueles na cidade, não é mesmo?

— Oh, hm, oi Jaebum-ah — o mais jovem sorriu, como se não estivesse xingando mentalmente o gato que deveria ter voltado a subir em seu sofá novamente, como a boa praga que era.

— Oi Youngjae, você viu Nora por ai? — o garoto franziu o cenho, seria essa uma namorada do mais velho?

— Quem é Nora?

— Minha gata. — Jaebum explicou sobre ela, detalhando mais do que o necessário, já que Youngjae sabia exatamente de quem ele falava, mas a apelidava de "porrinha", por aquela gata ser chata como o inferno.

— Eu já volto, hyung. — o Choi voltou para a sala, revirando os olhos ao ver a gata já tão conhecida por si soltar pêlos por todo o sofá, aquilo apenas afetaria a alergia de garoto. — Vamos, porrinha, seu dono incrivelmente lindo veio lhe buscar. — Youngjae pegou a gata nos braços, espirrando quase em automático enquanto fazia uma nota mental de que tinha que limpar bem aquela sala. — Seria essa coisinha fofa que você estava falando, hyung? — o garoto entregou a bola de pêlos ao dono, disfarçando um espirro ao ver o Im sorrir para a bichana.

Ah, Choi não podia acreditar que o sorriso mais lindo que já havia visto de Jaebum fosse digerido àquela praga dos infernos que era a Porrinha. E a gata parecia provocar Youngjae, olhando-o debochadamente enquanto sentia as mãos do dono em sua cabeça descendo até sua coluna em uma carícia que o garoto mais novo sentiu vergonha ao invejar.

— Obrigado Youngjae, eu estava mesmo preocupado com ela — Jaebum disse, suas mãos ainda acariciando os pêlos brancos e sedosos da gata.

— Não foi nada hyung. — o Choi sorriu, sem querer deixar a mostra o quanto odiava o animal em seus braços. Ele espirrou, se afastando um pouco mais de Jaebum já que seus braços cobertos pelo casaco grosso já enchia-se de pêlos. — Eu gosto que Nora venha me visitar. — se apenas você viesse eu não iria reclamar. Youngjae pensou, por enquanto se satisfaria com a invasão indesejada da felina se Im voltasse a ir atrás dela em seu apartamento.

— Obrigado de verdade, Choi — então o mais velho deu um daqueles sorrisos-Jaebum, que eram nada menos que matadores antes de acenar com a mão e se afastar, indo para a sua casa logo ao lado.

— Que homem — Youngjae murmurou, fechando a porta e se encostando na mesma com um suspiro escapando de seus lábios. O que não faria para ter aquele cara em sua cama? Im Jaebum era um pecado e estavam todos mais que certos disso.

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Youngjae acordou espirrando horrores, ele mal podia respirar e soube o porque quase imediatamente ao ver a maldita gata ali, deitada entre suas patas na cama, olhando-o inocentemente como se ela não fosse a causa do ataque alérgico de Choi. Youngjae odiava aquela gata, e se perguntava porque uma pessoa incrível como Jaebum gostava de um animal tão ingrato quanto o gato.

— Sai daqui, porrinha! — gritou o garoto, saindo da cama meio cambaleante tanto pelo sono quanto pelos espirros. Choi foi até o banheiro, esperando ver aquele bicho bem longe de si quando voltasse, infelizmente, ela continuava lá, lambendo suas partes íntimas sem vergonha alguma em cima das roupas que havia separado para o trabalho.

Youngjae quis morrer, mas não sem antes levar aquele felina desprezível junto, claro.

— Por quê você tinha que ter um dono tão gostoso, porrinha? — queixou-se Choi, pois jurava que Im Jaebum fosse o único motivo para que continuasse a aguentá-la.

Youngjae espantou a gata dali, queria entregá-la a Jaebum logo antes que ela decide-se que infestar seu apartamento com pêlos seria uma boa ideia, apenas para provocá-lo. Se arrumou, checando diversas vezes se estava bom o suficiente para então pegar a bola de pêlos brancos nos braços e correr para casa ao lado, esta onde abrigava Im Jaebum e o seu sorriso lindo.

— Hyung atchim, sua gata, atchim, estava lá em casa — e mais um atchim para terminar sua frase, quando terminou, mal podia respirar e agradecia a todos os deuses por Jaebum ter pego logo aquele animal de seus braços e o botado para dentro de casa, era um alívio.

— Youngjae, me desculpa, você está bem? — seu hyung perguntou preocupado, entretanto Youngjae estava ocupado demais o analisando para que pudesse responder. Jaebum estava apenas com uma calça de moletom, seu abdômen pálido a mostra para que o mais novo pudesse comê-lo com os olhos, seu rosto estava amassado e seus cabelos emaranhados o deixavam fofo, deixando claro que havia acabado de acordar, mas de tudo o que Choi mais prestou atenção, foi com certeza na protuberância anormal nas calças do hyung. Sua ereção matinal sendo estupidamente marcada pelo tecido fino. — Eu não sabia que você tinha alergia. Prometo que vou tentar manter Nora longe de você, mesmo que ela viva se esgueirando para sua casa.

Isso seria bom, na verdade, seria maravilhoso se a porr- Nora não fosse a desculpa perfeita para Youngjae vê-lo. O Choi sorriu, tentando disfarçar o certo constrangimento por está fitando as calças do mais velho e o fato de está decepcionado, pois não teria mais chances de conversar com ele se não fosse por ela.

— O que acha de um café como pedido de desculpas, hyung? Eu ainda não tomei o meu. — é claro que não iria sair de mãos vazias, e não pôde ficar mais alegre ao ver o sorriso que Jaebum deu, concordando e pedindo para que Youngjae entrasse, pois iria se vestir e logo voltaria.

Choi sorriu sozinho olhando para a casa bem organizada de seu hyung, até sentir algo roçando em suas pernas e logo a vontade irrevogável​ de espirrar estava presente ali de novo, juntos com os olhos azuis de Nora encarando-o como se desafiasse-o a roubar seu dono de si.

Desafio aceito, porrinha.

Choi pensou, e sorriu assim que viu Im voltar para a sala tão lindo quanto antes, e por um momento o garoto havia esquecido de tudo, focando-se apenas no mais velho que caminhava graciosamente para perto de si.

— Vamos? — Jaebum perguntou e Youngjae assentiu. — Só deixe-me colocar comida para Nora. — pois é, talvez Choi tivesse que se acostumar com a bendita gata (e comprar vários anti-alérgicos) se quisesse ganhar o amor de seu hyung.

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