Introdução

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Dizem que a História é sempre contada pelos vencedores, mas, sinceramente, acho que essa aqui contraria a afirmação.

Meu nome é Jenna, tenho dezesseis anos, nasci em Tamson e nunca cruzei a fronteira da cidade, sou uma das melhores alunas do Raven High e, sim, eu venci, se você considerar assim. Depois de uma longa e disputada seleção, fui a escolhida para interpretar Julieta na versão moderna do diretor Klaus Berger. Claro que me orgulho dessa conquista, mas logo descobri que não tinha tantos motivos para comemorar assim.

Já imagino você me chamando de mal agradecida, talvez até resmungando que nós, adolescentes, nunca estamos satisfeitos. Afinal, consegui o papel que várias meninas queriam e estava lá, diante de tanta gente que achei que nem caberia no teatro do Raven (ou em toda Tamson). Eu, a protagonista! Mas o que você não sabe, é que um pequeno incidente me impossibilitou de ouvir qualquer coisa depois dos aplausos ensurdecedores que ecoavam enquanto eu tentava entender por que não conseguia respirar. Ali, naquele palco, diante de todas aquelas pessoas, eu morri.

Não, eu não simplesmente morri, de emoção, choque nem nada disso. Eu fui assassinada! Meus colegas de cena são os mesmos com quem estudo, alguns desde pequena, e, mesmo assim, um deles me matou, trocando o líquido adocicado por veneno de verdade na cena em que Julieta forja a própria morte.

Se nesse momento você deseja saber quem foi, imagine como eu me sinto! Não, eu não sei: não teve nada daquela baboseira de filme passando nem de revelações ou leitura de pensamento. Ninguém veio me buscar os esclarecer nada. Continuo tentando descobrir o que aconteceu, e esperando que quem me matou pague por isso. É o mínimo que a gente pode querer quando já está morta e enterrada. Espero que você não interprete isso como mais uma das teimas de adolescente, até porque, vou levar isso para o lado pessoal, já que acho que serei adolescente para sempre, não é uma fase que vá passar.

O xerife da polícia encontrou meu diário, e acho que a vergonha que sinto até diminuiu na esperança de que ele ajude a encontrar o culpado. Mesmo sabendo que revelações envolvendo todos os outros membros do grupo também deixarão de ser segredo. Sabe aquela expressão "eu sou um túmulo"? Bom, no momento acho que posso dizer que seja, mas jamais no sentido de poder guardar segredo. Um deles roubou a minha vida, mas isso não impede que o que eu sei também acabe, não literalmente, com a de cada um ali.

Tinha vários objetivos para minha vida e, como você pode ver, não tive lá muito sucesso nisso. Mas tenho apenas um objetivo na minha morte, acho que assim fica mais fácil de focar: quero meu assassino preso. Mesmo que, para isso, a vida de todos precise ser exposta.

Posso estar morta, mas Tamson está muito longe de saber o significado de descansar em paz pelos próximos dias. Isso eu juro pela minha vida... eterna!

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⏰ Última atualização: Mar 14, 2017 ⏰

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