Marie nunca esteve tão nervosa para um baile antes. Assim que pisou no salão de baile dos Turner de braços dados ao irmão, Henri, ouviu a promessa da mãe mais uma vez ribombar em sua cabeça segundo a qual estaria casada até o fim do ano.
Marie sabia que no fundo não precisava se preocupar em casar ou não com alguém de quem ela não gostasse. Sabia ser tenaz o suficiente para não ser levada a fazer isso nem com todos os apelos da mãe. Mas também sabia que quando isso acontecesse Margaret tornaria a sua vida completa e verdadeiramente impossível.
Ela olhou para a mulher pequenina e rechonchuda que sorria carinhosamente cochichando algo para o marido. Quem poderia imaginar o poder de persuasão daquela mulher vendo-a tão adorável assim.
Henri percebendo o desconforto de Marie e inclinou-se levemente em sua direção para sussurrar.
-Vamos lá maninha, é um baile, você pode ao menos sorrir e fingir que está gostando de estar aqui!
-O que disse? - Indagou Marie encarando-o surpresa.
Henri suspirou.
- Você não é muito boa em mascarar seus pensamentos. Eles aparecem tão claramente como se estivessem gravados na sua testa. E olha que isso é tido como uma das principais características do seu sexo.
- O que quer dizer? - Perguntou, mesmo sabendo a reposta.
Adan, seu irmão mais velho apressou-se até estar também ao seu lado.
- Quer dizer que devia parar de se preocupar com o que a mamãe disse e aproveitar a noite. - Sussurrou ele e deu um de seus famosos sorrizinhos de canto que deixavam as jovens todas derretidas.
Marie se viu sorrindo em seguida.
- Os dois falam isso por que toda a vocação casamenteira dela esta voltada para mim, mas assim que a hora de vocês chegar, e Deus queira que não demore, vocês vão me compreender.
Os dois fizeram caretas e Marie sentiu-se vitoriosa até Henri acrescentar.
- Não tenho dúvidas de que está certa, no entanto estou completamente satisfeito em me divertir as suas custas enquanto minha hora não chega.
Marie fechou a cara. Seus irmãos gargalharam.
A mãe os arrastou até um canto do enorme salão para cumprimentar a anfitriã, Lady Turner. Ela era uma senhora elegante de cabelos loiros, olhos verdes como duas esmeraldas e sorriu ao ver a família de Marie se aproximando. Podia se dizer que Lady Turner e Margaret Stuart além de vizinhas eram boas amigas, apesar de Marie acha-la um pouco fria. O oposto completo de sua mãe que era muito calorosa e receptiva.
Talvez, pensou, o fato de ambas serem completamente devotadas aos filhos as unisse de uma forma que ela sendo jovem e solteira, não compreendia.
Ao lado de Eloise Turner estava a sua filha mais nova, Liliana. Ela era considerada uma das mais belas jóias da região, com seus cabelos loiros ondulados a perfeição, as faces delicadas e os olhos azuis claros como o céu ao meio dia. Ela usava um vestido azul da exata cor dos seus olhos, o que deixaria qualquer homem que colocasse os olhos nela hipnotizado.
O sr. e a sra. Stuart cumprimentaram Lady Turner e Liliana, e foram seguido pelos filhos.
Marie observou Lady Turner conversando com sua mãe e notou que ela olhava para os lados vez por outra. Estava incomodada com alguma coisa. Em um estalo Merie se deu conta de que seu filho, James,o motivo para o baile, não estava ali, e não o vira ao atravessar o salão.
Marie sabía que Lady Tuner guardava os filhos como uma leoa ( era amiga de Liliana tempo suficiente para saber disso) e o fato de ter dado um baile para James e ele não estar a vista deve tê-la preocupado, no mínimo.