Prólogo

69 5 0
                                    

Dez pequenos navios navegavam rapidamente pelos mares, procurando abrigo do desastre que engolira  sua ilha. Homens, mulheres, crianças e animais olhavam para trás com medo. Além do rastro de espuma deixado por suas embarcações eles viam uma coluna de fumaça e cinzas subindo em direção ao céu, se espalhando pelo horizonte ao tocar a atmosfera. O brilho da luz e as chamas iluminavam as cinzas. Alguns passageiros choravam, com o vislumbre da devastação de sua terra natal.
  Os que estavam no primeiro navio olhavam ansiosamente para o líder. Se alguém pudesse salvá-los, seria Marcus. Ele os havia alertado de um desastre que estava por vir, ele os apressara para fugir. Ele havia supervisionado a construção dos navios e o carregamento dos mantimentos para para a viagem. Contudo, ninguém sabia para onde iriam, se teriam algum destino além de um túmulo nas águas. Nenhum dos grandes sábios jamais falara a respeito da terra além do horizonte sul. No entanto, esse era o rumo que Marcus havia estabelecido.
  Dias se passaram sem nenhum sinal de terra. Marcus vigiava sua proa, observando atentamente o vazio, tentando ocultar sua crescente ansiedade das pessoas que o rodeavam. Em algum lugar mais à frente tinha que ter uma ilha - uma ilha que não aparecia em nenhum mapa. Acima dele, as águias voavam em círculos, procurando sinais de terra. No entanto, nada surgira até aquele momento. Marcus queria saber, e não era pela primeira vez, se estava errado. Mas ele endireitou os ombros e manteve os olhos fixos, no horizonte. Tudo dependia dele.

As Crônicas De Aedyn - Os escolhidos Onde histórias criam vida. Descubra agora