Três meses antes
Era um dia normal como todos os outros da minha vida. Acordei, olhei o relógio sobre a cômoda ao lado da cama que constava 6:30 a.m. Pulei da cama e corri para o banheiro escovando os dentes às pressas e depois tomando uma ducha. Sai de casa e optei por descer os seis andares do meu prédio pelas escadas, já estava atrasada para o trabalho e não tinha paciência de esperar pelo elevador. Cheguei no carro jogando a bolsa no banco do carona, apertando o acelerador para ver se chegava a tempo. Por um milagre, o trânsito estava livre, mas passava das 7h, já ouvia o sermão da Patrícia na minha cabeça sobre mais um atraso. Cheguei na editora dando bom dia ao pessoal enquanto eu corria até a minha sala. Continha sobre a mesa o relatório que eu devia ter acabado na noite anterior, mas que eu havia deixado para terminar hoje pela manhã. Dei a volta na mesa sentando na cadeira ligando o computador, passaram alguns minutos quando ouvi o som dos saltos da Patrícia batendo no chão. Estava na última linha e só precisava imprimir. Estava eu lá, em pé, de frente a impressora, pedindo e fazendo carinho na mesma para que imprimisse logo, quando olho para o lado e vejo a minha chefe encostada no batente da porta olhando aquela cena patética. Ela me olhou balançando a cabeça em negativa, enquanto eu colocava os documentos no envelope. Enquanto ela batia o pé impaciente, eu sentia o suor escorrer pelo meu rosto devido ao nervosismo. Ela estirou o braço e puxou o envelope da minha mão. Enquanto caminhava em direção para a porta, olhou por cima dos ombros em minha direção e falou -você está atrasada por sinal, conversamos depois- e saiu da minha vista. Sentei na cadeira me afundando sentindo a minha demissão bem próxima.
Estava indo no bebedouro quando sou abordada pelo Guilherme, ele trabalha no mesmo setor que eu, meu companheiro das fofocas diárias.
- Planos para o almoço?
- Nenhum.
- Então vamos à lanchonete da esquina?
- Pode ser.
- Te sequestro daqui a pouco.
E seguiu seu percurso.
O ponteiro do relógio marcava 12:40, foi quando o Gui se sentou na minha mesa desligando a tela do computador me forçando a levantar da cadeira. Fomos à lanchonete Primos, a única que daria para ir e vir sem ter que se atrasar na volta para o trabalho. Lá servia comida a quilo, fizemos nossos pratos e nos sentamos em uma mesa de duas cadeiras, de frente um para o outro, foi aí que ouvi uma intrigante história vinda de um grupo de jovens do lado.
Certamente eram estudantes. Eles falavam sobre uma casa que acreditavam ser assombrada, esse assunto era popular na região, de vez em quando eu ouvia sobre ele. Foi aí que eu tive a brilhante ideia de fazer uma matéria sobre esta casa. Essa seria a salvação do meu emprego. Fiquei por um bom tempo pensando em como faria um artigo e desvendaria esse mistério.
Guilherme estrala os dedos próximo do meu rosto tirando-me do transe.
- Alôoooo. Terra chamando. Sua mãe não te ensinou que é feio bisbilhotar a conversa dos outros?
- Eu não estava ouvindo, foi só...
- Só nada, estava ouvindo sim, e do jeito que eu te conheço deve tá querendo ir fazer uma visitinha a essa casa.
- Preciso investigar isso, daria um belo artigo, aumentaria as vendas do jornal, todo mundo está falando sobre o assunto.
- Eu sei meu bem, mas não acha que pode ser verdade o que dizem? Não quero te perder, quem me apresentará os bofes magia?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Prisão Mental
HorrorAurora era uma jornalista bem sucedida de 26 anos, certa vez ouviu sobre uma suposta casa assombrada em uma cidade próxima à sua; na conversa de bar, o grupo de jovens relatavam que toda pessoa que nela entrasse, desaparecia misteriosamente. Isso a...