Capítulo 38

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Luísa narrando

Meu corpo doí, minha cabeça também. Queria que tudo não passasse de um pesadelo, mas quando abro os olhos estou presa no mesmo quarto, um quarto apertado e que só tem um colchão velho no chão. Lary está encolhida no chão, e eu me culpo por tê-la envolvido nisso. Quando o Miguel me trouxe para esse lugar horrível, poucas horas depois ele colocou a Lary junto comigo.  Eu sei que não vou aguentar, minha cirurgia foi recente, e já não sinto mais forças, mas a minha irmã não precisava passar por isso. Hoje percebi que namorei um monstro por anos, e nem me dei conta. Sinto frio e me encolho.

— Lu — ouço a voz da Lary, ela tinha acordado.
— Lary, não vou aguentar.
— Sim, você vai, você sempre foi forte, lembra?
A Lary sempre foi positiva, o problema é que ela nunca percebeu que ela sempre foi forte, e eu sempre invejei isso nela. Se tivesse ouvido a minha irmã, talvez não tivesse passando por tudo isso agora.
— Você está ardendo em febre, Lu...
A porta é aberta e lá está ele. Com uma garrafa de Uísque na mãos e uma arma na cintura. Seus olhos estão vermelhos e isso me deixa ainda mais com medo.
— Miguel, acaba com isso, a Lu precisa de um médico...
— Cala a boca sua Vadia — ele dá um tapa na Lary, e isso doí em mim também. Enzo como eu queria você comigo.
— Miguel, não faça nada com ela, por favor — minha voz sai em um sussurro.
— Ela não me interessa, você sim. Levem a Lary daqui.
Ele ordena e só então vejo dois homens com capuz, a Lary de debate, mas assim como eu ela também está sem força, não comemos a horas. Os caras retiram a Lary, e o Miguel fecha a porta.
— Agora seremos, você e eu...
Miguel senta no colchão ao meu lado, está fedendo a álcool. Tento me afasta, mas não consigo.
— Olha só que lixo você tornou-se. De uma grande modelo, a esse trapo. Você destruiu tudo Luísa, poderiam ter muita grana, e você ser a melhor modelo, mas você foi muito idiota, sua irmã é a única culpada por você está assim, já pensou se não tivesse saído naquela noite?
— Lary, não tem culpa de nada, você que foi uma canalha, ela só queria me fazer enxergar que você não era o cara certo...— ele começa a gargalhar.
— E quem seria, o Enzo? — ele joga a garrafa contra a parede — Isso é impossível, você e ele são irmão — uma lágrima solitária desce pelo meu rosto. — Oh, ele não contou, não é?
Eu sei que ele está mentido, o Enzo disse que o DNA não havia saído, não posso acreditar nesse idiota.
— Diz logo o que você quer, e vai embora.
— Aqui eu que mando. De você não posso querer muita coisa, mas te darei algo antes de você morrer....
— Morrer?
Meu coração acelera, olho para arma em sua cintura e sei que ele vai me matar.
— Ora, ora, então a sua irmão não contou? Que amigos você tem. Você está com uma anemia forte, e se não for feito transplante de sangue e medula, você vai morrer...
As lágrimas começam a descer pelo meu rosto. Por que isso está acontecendo? O que eu fiz de mal?
— Miguel, me deixa voltar para o hospital, eu juro que não denuncio você...
— Eu não deixarei, quero que você morra em minha frente, e perceba que poderia ser feliz comigo, mas você me rejeitou...
Ele estava completamente descontrolado. Miguel se aproxima ainda mais e me puxa para o seu colo.
— Você vai morrer, mas antes será minha, como sempre foi.
Ele beija a minha boca a força, sinto o seu gosto nojento de álcool. E choro, não posso lutar contra ele.
(...)
Quando acordo estou sozinha no quarto, choro ao perceber que estou sem roupas. Desgraçado, desgraçado! Sinto-me suja. Me esforço e consigo ficar sentada, a porta é aberta e eles praticamente jogam a Lary no quarto, assim que ela ver o meu estado, ela me abraça.
— Lu — Lary chora feito criança em meus braços. — Consegui falar com o Enzo ele está chegando.
Não tenho reação, agora é tarde demais.
— Ouviu o que eu disse? — apenas assinto. — Onde estão as suas roupas?
Começo a soluçar, nunca achei que o Miguel seria esse monstro.
— Diz que ele não fez isso? — choro ainda mais.
Lary fica de pé, e começa a bater na porta.
— Canalha, você é um canalha, Miguel! — ela começa a gritar.
— Lary, chega! — imploro — Ele pode voltar.
Eu não queria mais nada, talvez morrer fosse o meu último remédio. O Miguel estragou a minha vida de uma tal forma, que já tenho mais esperança. Não tenho o Enzo, ele é só o meu irmão, eu não tenho ninguém, nem sei quem eu sou. Sinto minha visão escurecendo.
— Lu, não faz isso, Lu...— Lary vem até mim.
— Minha irmãzinha, obrigada por tudo...
— Para de falar como se estivesse se despedindo, nós vamos sair daqui.
— Você sim, eu não. Já sei o que eu tenho, e sei que não tenho mais forças. Apenas diga a mamãe o quanto eu a amo, e que sinto muito, eu só queria ser a mesma Lu de antes, mas hoje vejo que isso é impossível...
— Andando ou não, você é a mesma Lu, a Lu doce que sempre esteve ao meu lado — ela chora.
— Fale para o Enzo que ele é o melhor irmão que alguém poderia ter, e que desejo que ele encontre alguém que o ame muito, ele merece. Sejam felizes, isso é tudo o que eu quero.
— Lu! — o grito da Lary é abafado e tudo o que eu escuto.

Meninas o próximo e o penúltimo capítulo 😓 infelizmente .

Porém depois do penúltimo, último e epílogo terá dois bônus um do Marcos e outro do Miguel.

Espero que goste e amanhã eu publico o penúltimo bjs amo vocês

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