Voar

Vim de longe. De onde vim já existia, antes de descer por onde teria que vim. Eu era anjo, era ser de luz, era um brilho só, que um dia recebeu uma trilhar para seguir. 

No dia que o Pai disse: ''filha, tu tens algo para fazer na terra que criei'', eu nada disse e nem pensei em recusar, olhei nos olhos de meu Pai e assenti compreendo sua vontade para mim. Daí parti. Mergulhei no ar e na água fui morar. Depois de meses, ganhei folego e nasci. Fui criada por meus pais terrenos, mas o Pai amado sempre cuidava de mim, mesmo eu não recordando dele. Cega estava eu, eu tinha esquecido de meu pai, como podes?

Num casulo estava escondida. Vivia satisfeita com o que tinha, aceitava tudo como se estivesse certo. Não questionava nada, fazia tudo errado, os princípios corretos eu tinha esquecido. Ó paizinho que me amas tanto, diga para mim o que planejas com isso? Pois, teu amor eu já não lembrara e tudo errado eu seguia. Certo dia, o reencontrei. Depois de muito tempo a vagar sem rumo, foi num momento complicado, o Pai me trouxe de volta ao curso. Ele enxugou minhas lagrimas, me renovou e borboleta me tornei.

Voei tão alto quanto podia voar junto dEle.

Quanto mais alto eu voava, mas eu queria fugir da terra em que fui mandada. O calor do amor do Pai é o que me aquecia e me dava paz. Almejava eu, viver na paz em que o Pai me dá e fugir da terra onde o terror há. ''É só tristeza nesse lugar, nada de bom há aqui'' — dizia eu, ao meu Pai. E ele me dizia: ''não te afliges, filha... pois, eu estou contigo''

As palavras, quentes me confortava. Mas as lagrimas enchia meus olhos e nelas, eu queria mergulhar. Certamente, não pertenço onde moro, mas aqui tenho que morar. Vim de longe por um motivo, onde eu devo viver o que eu tenho que cumprir. Um dia eu irei embora daqui e nesse dia, viverei na paz em que meu Pai me dá.