- Tem certeza que de quer entrar? - perguntei meio nervosa.
- Já estamos na porta. - segurou minha mão. - Seus amigos já estão nos esperando lá dentro, não vamos fazer essa desfeita, eles parecem ser ótimos amigos com você. - sua voz era suave.
- Certo. - afirmei. - Como estou? - ele me olhou dos pés à cabeça.
- Pela milésima vez, você é a mulher mais bonita daqui. - sorriu me selando.
Nos separamos e pude ver as íris de seus olhos bem mais verdes do que o comum, sorri e desviei o olhar para a frente entrando pela porta de madeira vendo várias pessoas desconhecidas sentadas por diversas mesas espalhada pelo lugar.
- Carol! - ouvi alguém me chamar.
Olhei para a minha direita vendo Juanpa com um braço levantado acenando, segurei a mão de Diego indo até o garoto sorridente e bastante animado.
- Oi! - abracei ele. - Onde estão os outros? - perguntei antes de o soltar.
- Deixa eu só pegar minha bebida, então eu levo vocês até lá. - virou para o bar pegando um copo bem colorido.
Os garotos tiveram a brilhante ideia de chamar Diego para ir até uma boate que havia inaugurado a pouco dias, no começo eu até tendei negar mas logo fui cedendo. Queria muito que meus amigos gostassem do meu namorado, seria maravilhoso não ficar num clima estranho quando tivesse todos juntos.
- Chegamos! - Juanpa apontou para a mesa no canto da boate.
- Carol! - Lele levantou vindo me abraçar.
- Demorei muito? - perguntei perto de seu ouvido por conta da música alta.
- Não. - negou afastando. - Diego! - abraçou ele que retribuiu. - Queria saber se eu tenho a permissão da minha amiga pra dançar com o galã dela. - me olhou sorrindo animada.
- Com certeza. - afirmei rindo dela.
Os dois foram até a pista de dança me deixando "sozinha", fui até a mesa para sentar e esperar Diego. Vez ou outra olhava para os lados procurando alguém que pôde-se pegar uma bebida para mim, estava cansada de tanto andar por Los Angeles hoje.
- Estava me procurando? - tomei um susto me afastando pro lado.
- Você me assustou. - reclamei voltando a olhar pra frente.
- Parece que alguém está se divertindo mais do que a namorada. - sentou do meu lado e apontou para Diego. - Não tem medo de que ele possa, sei lá... - deu de ombros. - Ficar com alguém daqui?
- Eu confio nele. - foi a primeira coisa que veio a minha mente.
- Sério? - me olhou sorridente.
- Olha Cameron. - encarei ele. - Nem todos os homens são inseguros como você que precisa pegar todas pra ter certeza de que está bem na fita. - debochei.
- Do que está falando? - fechou o rosto.
- Estou falando que ele me ama, não é igual a você que precisava ficar comendo aquelas mulheres com os olhos quando estava do meu lado só pra me deixar pra baixo... - levantei da mesa. - Ele sabe como tratar uma mulher de verdade a deixando superior às outra e não inferior a elas.
Terminei de falar sem ar em meus pulmões, bufei e me virei indo até o banheiro para desabar sozinha. Senti um alívio em meu corpo depois de falar tudo aquilo para Cameron, parecia que havia um pedra em cima de mim e agora ela sumiu.
Entrei e tinha apenas uma mulher se olhando no espelho, mas ela já estava acabando então eu ficaria sozinha por algum tempo antes que outra pessoa entrasse para usar o banheiro.
- Carol! - ouvi Cameron entrar no banheiro.
Olhei para ele e fiquei parada sem reação, seu rosto estava vermelho e sua respiração bem ofegante, não demorou e a mulher saiu quase que correndo dali deixando apenas nós dois naquele pequeno espaço.
- Com licença. - tentei sair.
- Você não vai sair até ouvir o que eu tenho pra falar. - Cameron trancou a porta colocando a chave dentro do bolso da calça.
- Não tenho tempo pra ouvir mentiras de novo. - fui seca.
- Não é mentira! - falou alto me assustando. - Sabe por qual motivo eu sempre "comia" aquelas mulher com os olhos quando estava perto de você? - se aproximou. - Porque eu sabia que assim que chegássemos na sua casa brigaríamos e depois teríamos a melhor transa de todas! - gesticulava com as mãos.
Fiquei calada sem reação alguma, apenas senti meu estômago revirar me deixando bem mais nervosa do que já estava antes. Cameron tinha raiva e eu apenas queria sair dali sem deixar a situação pior.
- Sabe por que eu não queria que ninguém soubesse da gente? - senti sua mão acariciar meu rosto. - Porque eu não queria estragar nossa relação, não queria ver você passar pelo que eu passo todos os dias. - fechei os olhos sentindo melhor seu toque. - Toda a mídia iria cair matando em cima da gente e eu não queria isso pra você, só estava tentando de defender.
- Cameron, eu... - tentei falar mas não consegui.
- Eu te amo e estou feliz que achou alguém que pode te fazer feliz longe de todas essa confusão que é minha vida. - sua voz era falha.
Apenas segurei sua mão em meu rosto que aos poucos foi sendo tirada, abri meus olhos e pude ver seus olhos vermelhos. Cameron selou o topo da minha cabeça e se afastou aos poucos, abriu a porta e saiu me deixando sozinha e chorando por ter ouvido tudo aquilo que caiu como um soco no meu queixo.
Não sabia como agir, mas sabia o que era certo a se fazer.
(...)