Nunca vou esquecer você

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- Filha? - Jas estava sem reação

- Mãe, eu posso explicar - a mãe de Jas, suposta Poliana, desviou o olhar de sua filha, ela não estava nenhum pouco interessada em suas justificativas.

- Carmen, né? Eu sou Poliana, por favor se puder ir para sua casa, preciso conversar com minha filha - Ela foi totalmente educada, eu assenti com a cabeça e olhei para Jas, uma lágrima escorreu de seu rosto, eu a abracei e disse em seu ouvido

- Eu te amo muito! - ela me apertou mais e disse

- Eu também te amo, se cuida para mim.

Não entendi o "se cuida para mim" mas sai de sua casa e fui andando para a minha, mil pensamentos vinham a mente e então eu entendi o que ela quis dizer, a mãe dela mandaria ela morar em outra cidade ou estado ou pior outro país. Eu nunca mais veria Jas, isso não poderia estar acontecendo, eu nunca mais veria o meu amor! Era surreal pensar nisso, corri para a casa de Tom e bati na porta, ele me atendeu e eu caí nos seus braços, aos prantos.

- Tom a mãe dela viu a gente se beijando! NUNCA MAIS VOU VE-LA - eu dizia chorando e ele tentava entender e me abraçava, ele dizia

- Se acalma! Eu tô contigo, amiga, por favor se acalma! Vou pegar uma água - Eu tomei e nós continuamos a conversar, talvez Poliana seja como minha mãe, talvez nada disso aconteça e amanhã já vou ve-la de novo, ah meus pensamentos não saiam disso, até que recebo uma ligação

- Oi Carmen? Só para avisar que estou bem! Minha mãe conseguiu uma viagem para mim, vou morar na Inglaterra!

- Como assim Jas? Como você vai ir agora? E nós?

- Carmen nunca existiu "nós" se cuida! - ela desligou e eu não estava acreditando, meu estômago estava embrulhado e eu não conseguia mais raciocinar, é eu iria desmaiar.
Quando acordei estava em casa, minha mãe estava sentada na ponta da minha cama me olhando. Ela me olhava e acariciava minhas pernas que estavam cobertas, quando ela percebe que acordei ela diz

- Está se sentindo melhor? - ela sorriu e eu respondi sua pergunta

- Estou, isso foi um sonho? Cadê a Jas? Vou ligar para ela - eu tento me levantar mas minha mãe faz sinal de que é melhor eu me deitar, assim o faço e então ela diz

- Filha, sua amiga viajou com os pais para a Inglaterra e o vôo em que ela estava caiu no mar, ninguém foi encontrado, filha eu sinto muito.

Minha cabeça girava, eu não estava acreditando naquelas palavras, não sabia quanto tempo havia dormido, só sabia que eu tinha acabado de matar o amor da minha vida e toda sua família, a culpa era toda minha! Isso era minha responsabilidade, eu estava em choque, mesmo com Jas em outro país, sabia que doeria não ter ela do meu lado, mas dormiria todos os dias na certeza de que nós estaríamos dormindo sob as mesmas estrelas.
Jasmine Piterson marcou minha vida, foi a garota que eu sempre quis conhecer, ela foi o meu primeiro e único amor, dormir sabendo que eu nunca mais veria o sorriso dela era impossível! Aquela dor invadia meu peito e me sufocava, era devastador imaginar que o corpo dela estava em algum lugar do mar e nunca seria encontrada! Eu queria pegar um vôo e ir atrás, mas um vôo para onde? Se ela não estava em canto nenhum do mundo. Jasmine tinha me deixado, ela se foi e eu não poderia mudar aquela realidade.

E durante semanas? eu pensei em suicídio, mas Tom nunca me deixava sozinha, ele estava sempre tentando me animar. Depois de meses? Eu comecei a conversar com mais pessoas além de Tom, mas eu continuava dizendo todas as noites

- Srta Piterson, durma bem.

No dia da minha formatura de ensino médio, eu pedi que a foto fosse uma em que ela estivesse. Mesmo sendo a pior foto da sala, para colocar nos convites.
Eu e Tom fomos para a mesma faculdade, eu nunca mais havia me envolvido com ninguém, isso preocupava Susan, mas ela também fazia de tudo para que eu ficasse bem. Contei sobre a Dra Paula? É minha psicóloga, eu ia 3 vezes na semana. Por causa dela eu comecei a ver razão em viver, Tom iria fazer psicologia por causa dela.
Nós entramos na faculdade pública de São Bernardo, ele fazia psicologia e eu engenharia da computação. Nós não tínhamos aula nenhuma juntos, a não ser estatística. Então eu basicamente fui obrigada a fazer novos amigos, Vanda, Bruno e Paty eram meus amigos, poucos mas eram leais, todos sabiam sobre Jasmine e eles até me levavam para festas para ver se eu "conheceria alguém legal". Até beijei uma menina, o nome dela? Não sei, eu estava muito louca.
Eu era uma boa aluna, talvez a melhor da minha sala, eu e meu grupo ganhamos um intercâmbio por conta de um projeto que fizemos..

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