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Broto
" O amor pode ir de suspiros, á fumaça. " - William Shakespeare.

" Encontre aquilo que você ama e deixe isso te matar. " - Charles Bukowski.

O amargo sabor do achismo.

Quando broto, questionava-me sobre os tais finais felizes.
Casamentos grandiosos, princesas vira-latas que conseguiram, de alguma forma, mudar totalmente e repentinamente sua vida, e príncipes encantados.
No fundo, almejava algo do gênero, era tola, um broto muito jovem que nem pétalas tinha para saber o que era amar.
Era pura como as águas cristalinas datalogadas em alguma revista.
Achava que amor era pra sempre.

Certo dia, a jovem broto teve seu primeiro 'amor'.
Fantasiava diversos cenários com seu 'príncipe', que nem sabia de sua existência.
Mas ela não se abalava.
Achava que era como os contos de fadas.
Por duas primaveras, o pequeno broto, o amou.
Era amargo o gosto do amor.
Ao mesmo que viciante. Uma droga que nem ela sabia que iria se viciar, anos depois.
O broto, desabrochava com amor.
Só precisava de um pouco de amor.
Quando suas primeiras pétalas surgiram, ela estava radiante.
Todos paravam para ver a tal jovem broto.
Vivia cheia de graça e alegria.
Mas, seu príncipe, nunca a via.
Era invisível aos seus olhos.

Mas ela? Ela não se abalou.
Vivia demasiadamente bem, sem seu 'amor'.
Mais primaveras iam e viam, as pétalas, foram caindo. E, com elas, novas surgiam.
Sobreviveu a tempestades, ventanias e furacões, era forte, o broto.
Insistia em querer se aventurar em perigos que nem dá pra imaginar, decidiu que aquelas pétalas delicadas não eram para si. Então, as partiu.

Estava mais estonteante que nunca, suas pétalas, eram raras, quase nunca vistas.
Começou a se interessar por outros brotos.
Era jovem demais, mas gostava de admirar as demais.
Gostava de si. E de suas pétalas ousadas.
Em seu meio, viu sua primeira decepção de amor.

Um homem, muito importante pra si, e uma mulher, de tamanha igualdade, separaram-se.
Fora dor de mais para a jovem broto, que nada entendia sobre amor.
Porém, o broto se acostumou, por mais que tamanha fosse sua dor.

O broto era tamanho curioso e hiperativo, sempre se pondo em brigas para com outros brotos.
E isso não era aceitável para a jovem broto. Para nenhuma jovem broto.
Tinha de ser delicada como a flor que estava destinada a ser, mas qual essa flor? Não hei-lo eu dizer.

- Digo que será Vitória-Régia
- Não, será Brinco-de-princesa
- Será Flor-de-cerejeira!
Muitos apostavam no que a flor viria a ser, e ela? Achava que nenhuma das apostas cabiam á si. Mas nunca dizia, sempre sorria.
Um dia sorriu demais que exaustou.

Desde broto, comparava-se com as demais, achava-se incrível, única, seria uma flor de orgulho.
A jovem broto tinha certa queda por ervas-daninhas, que eram tão menores, que nem desconfiava que elas podiam ferí-la.
Todavia, o broto gostava de estar rodeado, fossem ou não por ervas-daninhas.

Diziam-lhe para parares de sonhar acordada com coisas conotativas, mas o que ela mais queria era fugir de uma realidade tão fria.
Mas ela seguia firme, como uma doce melodia.

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2019 ⏰

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