PRÓLOGO

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Fazia séculos que o céu de Lúria deixou de ser o mais lindo azul bebê e se tornou um vermelho tão carmesim que mais parecia sangue do que o próprio céu. Os rios que já haviam tido grandes cachoeiras e correntezas fortes não passavam de pequenos córregos que em muitos casos á água era vermelha por conta da mistura dos sangues ali derramados. Os grandes campos, magníficos, cheios de vida, agora não passavam de cemitérios sem fim, gigantescas covas rasas, com cadáveres sem fim.

A grande guerra, aquela que daria um fim á todas as outras guerras já se arrastava por séculos, de um lado, os Antigos, uma raça de seres imortais, de linhagem pura que segundo as lendas criou tudo, e do outro, os humanos, seres inferiores que cansaram de adorar seus supostos criadores, e por isso começaram a revolta.

Seria de grande audácia chamar a revolta de guerra, pois não passava de uma aniquilação unilateral, pois mês mo que os humanos tivessem a coragem e a determinação de atacar, falhavam em todas as vezes pois eram facilmente destroçados pela força, agilidade, velocidade e dons dos Antigos. Eles não tinham mais esperanças, acreditavam que estavam fadados á derrota e assim á extinção.

Os humanos antes, mesmo com as derrotas e mortes, totalmente coordenados, viram a formação de grupos que tinham como principal propósito a paz, queriam voltar a servir os Antigos, e isso ocasionava revoltas em seus núcleos.

Uma informação importante que os humanos não sabiam, é que do outro lado, os Antigos, eram separados em três grupos, que até então trabalhavam juntos, Os reis, que reinavam absolutos entre os Antigos. O Zodíaco, que zelava pelo poder, e acreditava que os Antigos não devessem ser governados. E a Suástica, quatro Antigos, extremamente poderosos que almejavam o poder apenas para si.

Ninguém do lado dos Antigos esperava pelo golpe feito pela Suástica, que em segredo se encontrou com um grupo de humanos e selecionou quatro deles, um para representar cada integrante do grupo, e lhes concederam seu sangue, assim os tornando híbridos, os primeiros de suas linhagens, e por isso os mais poderosos, e com isso, o lado dos humanos começou a equilibrar as coisas, pois agora, com os primeiros selecionando batalhões e os transformando, eles já conseguiam lutar de igual contra os Argur, o exército semi-imortal dos antigos, mas ainda não eram páreos para os criadores. Era de conhecimento geral que um antigo tem a capacidade de eliminar, matar outro, mas existia algo capaz de matá-los, e por conta disso, a Suástica desferiu outro golpe, e dessa vez, um forte, revelou aos humanos o segredo para conseguir matar um Antigo, um mineral capaz de eliminar de uma vez por todas os seres poderosos que governavam á eons, e assim foi feito.

Por conta dessa terrível traição, a guerra se estendeu por séculos, onde milhões vieram a morrer, e apesar de existiram em ambos os lados interessados em um tratado de paz, ao que tudo indicava, ela não teria um fim tão próximo.

Ao final de mais um dia de intensas batalhas, uma mulher vestida com uma armadura vermelha, chorava ajoelhada no topo de uma colina.

- O que aconteceu meu amor? - Um homem apareceu ao seu lado, colocando a mão em seu ombro esquerdo.

- Isso não vai ter fim Rohrl? - Ela pergunta ao olhar para ele.

Rohrl olha para sua amada esposa, com lágrimas nos olhos, e isso o faz perceber que nunca havia visto sua esposa chorando.

- Não sei meu amor. - Ele responde limpando uma lágrima de sua bochecha.

Ela volta á olhar para o campo em sua frente, onde uma batalha ainda prossegue.

- Esses humanos não sabem o seu lugar, eles querem mais do que podem segurar. - Ela fala balançando a cabeça.

- Temos que acabar com isso. Não é esse futuro, esse mundo que eu quero para o nosso filho. - Rohrl fala.

Ela gentilmente coloca sua mão direita em cima da barriga e esfrega.

- Nem eu. - Ela responde.

- Os humanos também não querem continuar com essa guerra sem sentido.

Ela o olha seriamente antes de falar qualquer coisa.

- Esses humanos? - Ela pergunta apontando para o campo á frente onde a batalha continua.

- Não, esses não podem ser chamados de humanos, eles são criaturas que não deveriam existir, são híbridos! Estou falando dos humanos remanescentes, os puros, eles estão dispostos á entregar Suástica em troca da paz.

A mulher nada fala, apenas continua passando a mão na barriga e olhando para o campo que logo se tornará em uma grande cova ao céu aberto.

Algumas semanas se passaram, mas ambos o lados chegaram á um acordo de paz, os Antigos, cansados das guerras e dos assuntos relacionados com os humanos, decidiram por deixar oitenta por cento do território para os humanos governarem, e eles ficariam em seu reino, vivendo em paz sem a intromissão dos humanos.

Mas com medo do retorno da guerra, os Reis Antigos decidiram que todos os híbridos deveriam ser destruídos, e para prevenir possíveis futuras retaliações, mas cansados de todas as mortes que ocorreram, eles decidiram por aprisionar os membros da Suástica por toda a eternidade, e para isso eles utilizaram um objeto criado especialmente para isso, o Heclixtriryon, um cubo prisão. Mas antes de ser aprisionada, Ahlbra criou uma profecia, onde nas noites de lua de sangue, que acontecem á cada duzentos anos, eles poderiam ser libertados se um dos originais tocasse o cubo.

Apesar de todos os acontecimentos, o Rei humano, Melbyor, intercedeu em favor dos híbridos, e conseguir permitir que apenas os originais, os primeiros fossem realmente mortos por conta da maldição.

O Heclixtriryon foi levado até os confins do continente, e escondido embaixo de uma árvore de pedra branca com raízes que sangram, mas sua localização foi perdida com o tempo. 

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⏰ Última atualização: Mar 28, 2017 ⏰

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