CAPÍTULO 1

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A última folha da árvore havia caído, o outono chegara rápido demais, o frio já se tornava intenso; Observei as novas "aberrações"- Era assim que nos chamávamos-. Chegarem, alguns estava com seus pais, outros sozinhos, talvez não sabia aonde estava se metendo, buscando alguma ajuda que os faça enxergar o mundo novamente.
Ou talvez, ficariam como eu, sem visão para nada.

Nunca me importei muito com quem dividi quarto todos esses anos, todos foram embora no ano seguinte, e eu ficava sozinha, literalmente.
Passei natal, ano novo, aniversário, e até o dia de ação de graças, lendo um livro, sentada na borda da minha janela empoeirada.
Desde que meus pais morreram, isto se tornou a minha vida. Não consigo explicar nitidamente o que aconteceu naquela noite de novembro de 2013, estávamos felizes escutando as músicas antigas que o papai sempre gostou, e de repente, numa questão de segundos, todos estavam mortos. Menos eu.
Nunca entendi o porquê de Deus ter me salvado daquele terrível acidente, eu nunca disse que queria ser salva, talvez ele nem exista para eu o questionar disso, mas a questão é, meu irmão mais novo de quatro anos merecia ter tido esta chance.
Com certeza meus avós preferia ter ficado com ele, do que à mim.
Uma adolescente problemática de dezessete anos, que foi internada num reformatório por tentativa de suicídio.
Metade de todos os psicólogos que já pegaram meu caso, me pergunta o porque das tentativas, e eu não sei responder, algo em mim faltava, talvez coragem de encarar minha nova realidade, ou o novo amor que eu sentiria.
Ninguém nunca vai entender as compilações da mente do ser humano, é como uma bomba relógio, estoura quando você quer, e se mantém em silêncio, quando está planejando algo.

 Ninguém nunca vai entender as compilações da mente do ser humano, é como uma bomba relógio, estoura quando você quer, e se mantém em silêncio, quando está planejando algo

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O dia amanheceu frio, tomei meu banho quente e tratei de vestir minha calça jeans, meu suéter azul e meu sobretudo preto, coloquei luvas e minhas botas. O inverno aqui era insuportável.
Ao sair do banheiro, tomo um susto em ver uma garota de cabelo azul sentada na cama, encarando a minha cama.

— Você é a minha nova colega de quarto?.- Pergunta ao me olhar.

— Sim, mas na verdade eu já estou aqui à um bom tempo.- Respondo um pouco sem jeito e caminho devagar até minha cama, me sento. - Você é...?

— Louise Dawson.- Logo me lembrei do caso que eu vi na TV sobre a garota que matou o tio por abusar sexualmente dela. Era ela. - O que quis dizer em “estar muito tempo aqui”?.

— Ah, é uma longa história, não vai querer saber agora. Mas, e você?. - Eu sabia o motivo, porém, não é bom causar má impressão logo de cara.

— Me mandaram para cá para eu não ir presa. É uma longa história também. Então,como funciona as coisas aqui?.

— Oito aulas durante a manhã e a tarde, e a noite temos tempo livre para ficar na biblioteca ou dar uma volta pelo jardim. O diretor acha bom que os jovens loucos e depressivos se socializem em ambientes confortáveis.

— Interessante. Bom, espero que a comida seja boa, enchendo meu estômago já se torna meu lugar preferido.

— Com certeza. - Respondo sem conseguir compreender aquela garota, desviando meu olhar do dela.

Parece que temos mais um ano cheio de aventuras por aí.

                         ∆•∆

O dia se passou calmo demais, Louise e eu fomos andar pelo reformatório, aproveitei e apresentei tudo que eu havia conhecido esses anos.
E agora, ao anoitecer, depois do jantar, resolvemos ir para o jardim, uma coisa que eu nunca faço, mas, a pedido da louca de cabelo verde assassina, resolvi ir.
Chega a ser engraçado, não da pra acreditar que ela matou alguém.
Alguém não, um monstro.
Corrigindo.

A grama estava úmida, alguns adolescente se reuniam em volta da fogueira que haviam feitos para se esquentar e se entupir de bebidas alcoólicas, eu sempre dizia, os diretores desta escola, só nos deixa preso aqui esperando nossa morte.
Porque não somos ajudados.
Somos explorados por nossos próprios pesadelos.

— Quem é aquele?. - Olho em direção na onde ela diz e ergo uma sobrancelha.

— Não faço ideia

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— Não faço ideia. - Respondo, o rapaz tinha um cigarro na boca, suas tatuagens chamava atenção pelos desenhos desafiador, o sobretudo preto combinava com ele. - Eu nunca o vi aqui. Com certeza me lembraria dele.

O seu olhar se encontra com o meu, uma sobrancelha sua é arqueada, um sorriso maldoso brota em seus lábios.

— Seja quem ele for, se prepara que o boy magia tá vindo pra cá.

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⏰ Última atualização: Apr 03, 2017 ⏰

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