Prisioneira de mim própria

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Diário #1:


Sem qualquer tipo de misericórdia, deslizo a lâmina sobre o meu pulso até deixar derramar uma boa quantidade daquilo que chamo " Liberdade ". O tempo é escasso, por isso só necessito de uns minutos até sentir uns segundos de liberdade. Quando a minha mãe bate rapidamente na porta e diz com palavras amargas que estou a demorar muito, é quando me apercebo que esse tempo acabou.

Eu já fui desejada, muito, em tempos.
Já sorri para um estranho. Já saltei de felicidade. Já senti. Alguma coisa.
Agora era aquela parte que dizia " que saudades daqueles tempos ". Não, não vou mentir. Não vou mentir a mim própria, quando sei que naqueles tempos ,que havia um equilíbro entre desespero pela beleza e sexo, com sorrisos falsos e palavras sem rancor, eu não era a Alice.
Não a Alice do mundo fantástico e mágico. A Alice dos olhos azuis e sorriso nunca visto. A Alice que era o forte de palavras de pessoas inseguras, que as despejavam sobre mim, como lixo, palavras que os faziam sentir melhor no seu corpo medonho e caprichado com olhares de todos. Como um vício, uma droga.

Locked myselfOnde histórias criam vida. Descubra agora