Diário Alice #2:

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Tudo me passava pela cabeça.
Mas dentro de mim, só existia vazio.
As minhas pernas tremiam. A dor é intensa, mas nunca demais.
As lágrimas caem, mas eu sem sentir.

Hoje sonhei. Sonhei finalmente.
Sonhei que era feliz. O meu sorriso florescia de um recanto do vento. Deixava-me vaguear pelos meus pensamentos incertos, mas não havia problema. Na minha terra do nunca. Onde podia ser eu. Onde não existia lugares obscuros para me poder esconder. Adormecia sobre o peito da natureza e acordava com a voz dos anjos.

Mas tudo isto, não passava de um sonho. Que podia acordar a qualquer momento e voltar á realidade, á minha realidade.
E isso faz-me odiar. Odiar-me.
O ódio não acaba nem se esquece. O ódio guarda-se num espaço dentro do coração e deixa ali a dormir por vezes, mas é certo que ele acorda mais vezes que dorme.

O meu nome é Alice.
Eu prendo-me.
Eu magoou-me.
Eu faço me cair na realidade.
Eu não amo.
Eu grito por ajuda, em sil
êncio.

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