William ainda lembrava em detalhes a primeira vez em que o encontrou. Estava na cabine de pilotagem, junto ao piloto, enquanto os últimos passageiros faziam o embargue. Ainda era apenas um copiloto, naquele que seria um de seus primeiros voos comerciais, entre São Paulo e Rio de Janeiro. O nervosismo estava evidente em suas mãos trêmulas. Sonhara com aquele momento a vida toda, com a sensação de deixar, ainda que por algumas horas, todos os problemas e preocupações lá embaixo, no chão, no passado.
O piloto que o acompanhava, já experiente, estava nervoso pela costumeira demora no embarque, que sempre atrasava o voo em alguns minutos. Não demorou e ele resolveu ir até a galley, a cozinha do avião, onde se prepara o serviço de bordo, para tomar um cafezinho e se certificar de que não receberia outra sopa de cebolas. Foi, então, que Bruno apareceu, acompanhado por uma aeromoça.
- Com licença, sr. Júlio. – Ela disse, se dirigindo ao piloto, que já estava de saída da cabine. – Esse rapaz veio pedir para fazer uma breve visita à cabine, antes da decolagem. Ele apresentou documentos de formação de vôo, e prometeu que não iria incomodar. – Ela falou com um sorriso, acenando para o rapaz franzino, ao seu lado.
Bruno, era seu nome, e deveria estar na casa dos 20 anos, na época. Tinha um cabelo negro ondulado, sobre um rosto fino, com olhos castanhos profundos e sobrancelhas bem delineadas. No queixo, os primeiros sinais da barba que voltava a crescer. Era alto, com postura ereta, e corpo bem delineado por baixo de uma camisa social azul. Ficava ainda mais bonito, pois estava tímido com aquela situação.
Foi o suficiente para que William perdesse um pouco do nervosismo. Embora já tenha ficado com mulheres, gostava mesmo de se entregar a outro homem, sem pudores, sem expectativas, apenas para desfrutarem do corpo um do outro. Bruno despertou-lhe desejo, talvez pelo seu jeito tímido e elegante, em contraste com sua beleza de aspecto viril. William imaginou se por trás dessa aparência de bom moço Bruno seria um puto na cama. Quase teve um espasmo quando percebeu o jovem moçoilo dar uma breve conferida no pacote do piloto, ao lhe estender a mão.
William conteve um sorriso, não queria revelar que percebera os olhares de Bruno, nem deixar o rapaz constrangido. Apenas observou o desenrolar daquela situação.
- Claro, sem problemas. – O piloto dissera, com sua voz rouca. – Eu vou dar um pulo ali na galley, mas volto em um instante. Enquanto isso, o William aqui pode te mostrar o cockpit. Você se importa William?
- Não, de jeito nenhum. Será um prazer. – Ele sentiu o rubor percorrer sua face quando as atenções foram trazidas para si. O volume cresceu entre suas pernas, quando Bruno caminhou em sua direção para lhe cumprimentar.
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Prazer entre voos (Degustação)
KurzgeschichtenConto Homoerótico [+18] Dois pilotos; uma praia paradisíaca; um reencontro há muito aguardado. William e Bruno se conheceram em uma cabine de avião, ainda no início de suas carreiras como piloto comercial. Embora trabalhando em companhias aéreas dif...