Endless Love

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A mudança!

Acordei sobressaltada! Olhei para o meu lado e o James já não estava ali. Pela luz que entrava no quarto dava para perceber que já era tarde. Levantei-me e vesti as minhas calças mais uma camisola e o meu casaco grosso. Sai do quarto e vi o James a tratar do seu pequeno almoço.

- Bom dia, pequenino! - sorri dando-lhe um beijo na testa.

- Olá mana! - disse ele super fofo.

Ele era o único homem na minha vida, ele era a minha felicidade.

- A mãe foi ao mercado! - anunciou ele.

Acenei que sim, peguei num pouco de pão e juntei-lhe um pouco de queijo.

- Vais caçar? - perguntou ele.

- Sim, querido! - sorri.

Acabei de comer e dei-lhe um beijo na testa. Sai de casa! Hoje era o dia da colheita. Todos os anos eram nomeados dois tributos para irem para o Jogos da Fome! Ia ser a minha décima vez e ultima que o meu nome ia estar no meio de tantos! O James só para o ano é que poderia ter o seu nome lá!

Felizmente, era menos um problema com que me preocupar.

Passei por baixo da vedação eléctrica que a esta hora estava desligada! E ali perto numa árvore estava meu arco, que tinha sido o meu pai a fazê-lo!

Tinha tantas saudades do meu pai! Respirei fundo e segui pelo meio da floresta.

- Olá, Em! - ouvi alguém atras de mim que me fez sobressaltar.

- Parvo! - disse dando uma chapada no ombro do Louis.

Louis, a pessoa mais próxima de mim além do meu irmão e mãe! Um rapaz de lindos olhos azuis, cabelo castanho que está sempre rebelde, e que tinha um sorriso que me acalmava.

- Oh Em, quem haveria de ser? Só nos é que vimos a este lado da vedação!

Ele tem razão. Só eu e ele é que nos aventuramos a passar para este lado. Vir aqui era proibido por lei e poderíamos ser presos ou mortos.

- Então como anda o James? - perguntou ele.

- Calmo! - sorri um pouco. - E Sarah? - a irmã dele.

- Anda nervosa! É a primeira colheita dela! E tenho medo por ela! - admitiu o Louis - Ela é tão pequena!

- Lou, não te preocupes! Ela não será a escolhida! Isso é azar a mais! - sorri.

Ele acalmou um pouco com as minhas palavras. Lá andamos para o meio da floresta. O resto do tempo fizemos na companhia um do outro mas sempre calados e sem fazer barulho algum.

No final da manha voltamos para a nossa casa.

- Até logo! E boa sorte pequena! - disse o Louis dando-me um abraço apertado.

- Até logo, Lou! - disse dando lhe um beijo na bochecha.

Entrei em casa com o que tinha caçado, dois coelhos, uma cordoniz, e algumas plantas! A minha mãe era curandeira e precisava sempre delas.

- Em! - deu-me um abraço o meu irmão.

- Olá pequeno! Olá mãe! - disse dando-lhe um beijo na testa.

A minha mãe pôs o almoço na mesa e comemos num silêncio desconfortável.

- O que se passa? - perguntei.

- Nada! Come e vai tomar um banho! - disse a minha mãe.

Não me disseram mais nada. Mas suspeitava que fosse pela colheita. Ia ser a minha ultima, já estava habituada a este dia! E por fim ia ser a ultima vez com o nome lá dentro!

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