Tudo que está bom, pode piorar

8 1 4
                                    

"Não existe nobreza sem generosidade, assim como não existe sede de vingança sem vulgaridade." (Joseph Roth)

Andava pelos corredores sentindo os olhares em minhas costas, isso era uma coisa comum.

Minhas amigas riam de alguma garota mal vestida e eu apenas pedia mentalmente para o dia passar mais rápido.

- Olha lá Liza, a número zero - Cristine falou chamando minha atenção. Olhei para onde sua mão apontava: Isabella Summers, filha de um Diplomata que pouco se importava com a roupa que vestia, podia confessar que eu a admirava secretamente. As garotas estavam um pouco obcecadas pela lista dos garotos. Eu era a número 10 na lista, o que na cabeça deles significava a melhor. Eu deveria ter ficado feliz com isso.

Mas não fiquei, não era uma mercadoria para ser definida por números.

- Pelo menos tenho mais dignidade que você - Isabella retrucou. Mais uma coisa que admirava Nela: ela falava tudo o que queria na cara de todos. Cristine me encarou esperando que eu a defendesse, claro, eu ainda era amiga dela.

- Não é bem assim... - falo tentando encontrar as palavras.

- O que? Que vocês se acham as melhores por que aquele bando de garotos idiotas te deram uns números? Suas ridículas - ela olha firmemente para mim - achei que houvesse  pouco de inteligência em você pelo menos - depois sai andando. As outras garotas agem como se nada tivesse acontecido. Mas não podia negar que esperava mais de mim mesma.

****

- Mais gostosa impossível - um garoto do terceiro ano falou enquanto passou ao meu lado, seus amigos riram como se fosse a coisa mais normal do mundo e bom... Ali Era. Forcei um sorriso e continuei andando, se reclamasse como aquela garota do primeiro ano, Sophia, seria ricudilizada para o resto do ano letivo.

Avistei Cristine e Asheley do outro lado do corredor, elas acenaram animadamente para mim caminhando em minha direção.

- Pronta para o Baile amanhã? - ela pergunta segurando meu braço. A verdade era que eu não estava nenhum pouco empolgada para isso.

- Claro - Falo forçando um sorriso. - Vai ser a melhor noite de nossas vidas e o Louis já alugou a limousine - Digo apontando para meu namorado do outro lado do corredor.

- é assim que se fala amiga - Cristine fala me abraçando.

Eu só não sabia que encontraria aquela que eu dizia ser minha melhor amiga e meu namorado transando em um carro.

Não sabia que seria expulsa do Baile por arrancar um pouco dos cabelos dela e talvez ter quebrado seu Nariz.

Não sabia que beberia todas e acabaria perdendo minha virgindade com  desconhecido. Eu tinha nojo de mim mesma por isso.

Tinha Nojo de ter confiado naquelas pessoas.

E tinha ódio de mim mesma por ter contado tudo a ela. Agora eu era uma zero.

Linda, Rica e Popular.

Mais não do jeito que eu queria.

A Garota que queria VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora