Maria Luísa

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- Bom, quando eu tinha meus 15 anos eu era inocente , não conhecia digamos os prazeres da vida. Eu vivia presa , meus pais nunca foram liberais comigo, era muito difícil me deixarem sair, eu não tinha muitos amigos, na verdade nenhum, mas depois que completei os meus 16 as coisas mudaram , eu conheci um cara, um garoto, eu não sei o que o fez se aproximar de mim naquela época. Eu era muito antisocial e não me preocupava em ser bonita, em estar bonita , Afinal, ninguém reparava na nerd - ri seca me lembrando daquele passado infeliz, eu não queria me lembrar , mas como diz meu namorado: "quem ta na chuva é pra se molhar",  então continuei ....

- mas ele reparou, ele falou que eu era linda, mas que tinha que descobrir isso ainda, me deu maquiagem,  e então eu comecei a me preocupar em ficar bonita, mas pra ele, pra ele notar, depois ele me apresentou outras coisas, me levou pra balada, me apresentou bebidas, me ensinou a jogar poker, conheci drogas, todo tipo de droga, comecei a me rebelar,  pulava a janela pra sair, levava bebida pra dentro de casa, certa vez tentei até dar uma festa la no barraco, mas meus pais expulsaram todo mundo e eu levei um baita castigo - ri de novo, mas desta vez me divertindo com as lembranças daquele dia

- e eles falaram que era a adolescência,  que isso era fase, mas hoje depois de 2 anos convivendo eles vêem que não, que não é a adolescência, e já não perdem tempo comigo mais, agora eles dão atençao pra minha irmã mais nova, a filha prodígio, orgulho da familia - Não sentia inveja da minha irmã, mas ciúmes,  eu queria sim a atenção dos meus pais, mesmo sabendo que não merecia, eu queria, mas não iria admitir isso pra uma estranha - foi bom mesmo , assim fico mais livre, mais a vontade pra fazer o quiser.

E assim eu encerrei meu monólogo, só contei sobre meu passado porque ela foi muito educada ao pedir isso e ela também me passa confiança, e então eu contei um breve resumo dos 3 ultimos anos da minha vida, enquanto ela me olhava com a mesma expressão desde quando cheguei , parecia até uma imagem congelada, quando percebeu que eu não falaria mais nada ela disse.

- Interesaante, tenho certeza que das próximas vezes que voltar, já teremos um grande resultado

"Ou não.  Eu não pretendo voltar"

Foi o que pensei mas não disse, eu só estava ali porque meus pais insistiram muito e por curiosidade,pois nunca tinha ido a um psicólogo, como não sabia o que dizer, apenas sorri como manda a boa educação e me levantei, apertando as mãos dela e prometendo voltar. Sai de lá apressada ,olhando as horas , eram quase 17 horas, e isso significava que Lucas provavelmente estaria no "Cassino" aqui da cidade.

Para minha sorte não era tão longe dali , só precisei andar duas quadras e entrar em um beco sujo , que cheirava a bebida barata misturada com sexo , senti um leve enjoo chegando e resolvi apressar o passo, logo estava dentro do cassino, esse horário ficava vazio e nem seguranças tinha, então qualquer um podia entrar. 

Passei o olho pelo local procurando Lucas, não o encontrei , o que me decepcionou um pouco então peguei meu celular e digitei uma mensagem rápida pra ele avisando que estava aqui e queria ve -lo , em seguida chamei um dos garçons e pedi uma bebida ,enquanto me sentava em uma mesa com dois rapazes e uma moça,  pelo jeito pareciam ter vindo juntos, logo me enturmei, felizmente meu lado antisocial havia ficado no passado, o que me ajudava muito em vários momentos.

Eu já era experiente no poker sabia bem quando correr e quando apostar até a ultima peça  de roupa se fosse o caso , o loiro sentando a minha direita estava disposto a recuperar o que perdeu pra mim, e já tava me olhando atravessado, o amigo dele que ja havia se levantado da mesa estava zuando:

- Cara desiste! Ela vai te falir.

- até parece que vou entregar os pontos, não vou perder pra uma garota!

Revirei os olhos com o que ele falou, me sentindo mais determinada e ousando um pouco mais , apostei tudo.

-'cê' ta é louco se aceitar - falou o amigo que agora, tinha um sorriso maroto no canto da boca e uma expressão surpresa no rosto , que só aumentou quando o amigo tomou uma decisão.

- Call - ele cobriu a minha aposta como eu esperava e logo em seguida mostrou suas cartas ele tinha dois 'Às'   e sobre a mesa tambem tinham outros dois , formando uma quadra, eu fiquei surpresa com aquilo e ele ja cantando vitoria fez um gesto em direção as minhas fichas , para pega las. E eu mais por reflexo que por tudo o parei.

- nã..na..ni..nã...NÃO - e joguei minhas cartas sobre a mesa - ROYAL FLUSH.

Eu não tenho certeza, mas acho que vi alguns queixos caídos, era dificil sair o Royal Flush em uma jogo de poker, e é a mão mais poderosa de todas.  Não me fiz de rogada e logo puxei as fichas dele , juntando com as minhas e finalizei:

- Aah querido! Desculpe, mas uma garota acabou de te falir, mais alguém? -perguntei rindo.

- Olha que te ensino como é que se joga em garota - Lucas se sentou do meu lado me abraçando  com um sorriso lindo e tentador.

Se perdição fosse uma pessoa, essa pessoa seria ele, eu me apaixonei por ele desde a primeira vez que o vi me olhando com aqueles olhos cor de avelã e um sorriso de fazer qualquer uma ficar com as pernas bambas, hoje ele estava com uma camisa cinza e uma bermuda jeans, um tênis velho,e os cabelos revoltos.

- você quis dizer tentar ne? - falei em claro tom de desafio, embora eu soubesse bem que nem mesmo eu ganharia dele. Não sei como ele fazia isso, mas ele sempre ganhava todas. Ele por vez, apenas chegou mais perto e disse ao pé do meu ouvido:

- Quero jogar outra coisa com você. - essas 6 palavras tiveram o dom de me fazer tremer e arrepiar da ponta do pé até o ultimo fio de cabelo , eu sorri avisando que entendi bem o recado e apontei a saída , ele  levantou primeiro,  e me puxou em direção a saída,  mas eu parei me lembrando das fichas :

- Luck tenho que trocar as fichas antes - ele voltou a cabeça rápido pra mesa ,E mais que depressa foi até la, pegou as fichas e trocou, me entregando o dinheiro .

- podemos ir agora princesa?

- claro - demos as mãos e saímos , seguimos em direção ao apartamento dele que ficava praticamente do outro lado da cidade. Era um lugar mais afastado,  calmo, a o apartamento dele era uma verdadeira bagunça, tirando o quarto dele, que tinha apenas uma cama e um guarda roupa, então o que havia de bagunça ali ficava dentro do guarda roupa , Quando chegamos um cheiro forte tomou conta de tudo , o que me fez recuar um pouco e me sentir tonta. Ele me segurou , me olhando pra ver como estava me sentindo:

- princesa?

- oi amor, estou bem , foi só uma tontura, deve ser a pressão. -menti , pra tentar deixar ele mais calmo, e deu certo .

Ele me carregou , creio que com medo de eu desmaiar.  Era incrível a força que ele tinha, parecia nem fazer força pra me carregar , fomos pra o quarto dele, ele me jogou na cama e tirou camisa, depois veio até a cama, me beijou várias vezes enquanto se encaixava sobre mim. E então ficamos ali, agarrados fazendo barbaridades.

Enquanto isto longe dali, talvez nem tão longe assim, acontecia uma reunião.

  

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