O ritual

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Uma pequena parcela da humanidade tem sua vida construída de mentiras, porém que são necessárias para os inumanos, nome que se denomina as pessoas que fazem parte das quatro categorias, seja ela vermelha ou branca, se sua família faz parte disso acredite, 16 anos da sua vida foram apagados, mas não para nós, é nessa idade  na qual nossa vida realmente começa.
-Sejam  bem vindos, a Universidade Lambertine, nas suas cartas de matrículas irão encontrar os  números de seus dormitórios, dirijam-se a eles e se acomodem, às 19:00 h estejam presentes no grande salão Lancastre  para as boas-vindas do Conselho para vocês.
Após entrar no meu dormitório, número 402, minha colega de quarto já estava lá, ela era uma Hildebrando, a família de lobos mais bem requisitada, apesar de carregar toda esta honra, ela era simpática e educada, nada de nariz empinado, a primeira coisa que fiz logo depois de nos apresentarmos foi ir até a cozinha e preparar algo, pois depois da transição senti muito fome e em seguida fui descansar, nem lembrei de desarrumar as malas, mas enfim todo o processo até chegarmos aqui foi exaustivo.
Às 19:00 h todos os alunos estavam presentes no grande salão, eu e Mirella estávamos sentadas na mesma mesa que os dos dormitórios 403 estavam, em seguida 19:05h o Conselho entrava com classe, postura e pontualidade, todos os observavam levantados em sinônimo de respeito, após chegarem na mesa central o Heitor o principal mestre do Conselho, um híbrido dar um passo a frente.
- Boa noite a todos, Sejam bem vindos a Lambertine, essa semana será de adaptação, de apresentação, de últimos dias com essa vida medíocre sem suas categorias, porque na sexta feira, no grande salão durante a celebração Lambertine vocês serão o que realmente são, o que está no sangue de cada um, conservando a sua família ou criando uma nova, mais uma vez sejam bem vindo e sintam-se acolhidos.
Logo depois da celebração de boas vindas, todos haviam voltado para seus dormitórios, antes que caísse no sono, Lea percebeu algum vulto pela brecha da porta, levantou-se e abriu, portanto não havia nada, olhou para um lado e para o outro do corredor e ao lado esquerdo em direção as escadarias o vulto da qual tinha visto seguia pela caminho, Lea totalmente atraída o seguiu, chegando até a porta da biblioteca, todavia com medo do que poderia encontrar recuou-se voltando para seu quarto, deitou-se e esperou o sono chegar.
Pela manhã Mirella tinha feito um café da manhã meio bizarro, mas pude perceber uma de suas qualidades, ela adorava cozinha.
-Bom... temos para o café da manhã um sanduíche de Nutella, ovo, ketchup e maionese... especialidade minha!
-Hum...
Apesar de ser uma mistura louca, estava gostoso.
Assim que terminamos, saímos para conhecer a Universidade, era um casarão antigo, mas bem preservado, dividido em cinco partes, mas somente quatro funcionavam, a quinta era proibida, mas não sabíamos o porquê.
No quarto dia na escola eu já havia me acostumado com as combinações malucas de Mirella, também já estávamos mais próximas, nesse dia resolvi ir visitar a biblioteca, apesar de ter me lembrado do vulto que eu tinha visto, preferi pensar que fosse coisa da minha cabeça, assim que eu entrei percebi como aquele lugar era mágico, uma sala imensa cheia de estantes com várias prateleiras de livros, fiquei maravilhada, logo fui procurar algum livro, mas enquanto escolhia um livro caiu da sétima prateleira, foi estranho os livros estavam tão bem ajeitados para caírem de repente, eu apenas o peguei e levei até a bibliotecária.
-Então este é o livro que escolheu ?
-Não eu só vim entregá-lo para você, ele caiu...
Antes q eu terminasse ela já foi me interrompendo.
-Caiu !? Bom... os livros são muito bem organizados, mas se ele caiu... quem sabe ele não a escolheu!?
Depois do que ela falou, olhei para o livro, mas mesmo assim eu o devolvi.
No dia seguinte, Mirella e eu fomos até a sala dos pré-testes, na qual iríamos avaliar nosso sangue, para descobrirmos qual será provavelmente nossa categoria, mas quando estávamos indo, antes de dobrarmos no corredor, percebi novamente o vulto de alguma forma sentia que ele me chamava.
-Mirella eu tenho que fazer uma coisas, eu volto já.
-Tá bom.
Então comecei a seguir o vulto e ele me levou até a biblioteca novamente, até a sétima prateleira olhei para os lados e ele havia sumido e me assusto com um barulho alto, o mesmo livro havia caído, dessa vez o peguei, mas antes que me dirigisse  até a porta, Marcela a bibliotecária me chama:
-Está tudo bem ? Eu ouvi um barulho.
-Sim, não aconteceu nada
- Hum... vejo que voltou para pegá-lo, ótima escolha.
-Ah... obrigada!
Apesar de já estar com o livro, o vulto ainda estava ali, eu não conseguia identificar seu rosto, mas podia senti-lo, saber o que ele queria, mesmo que aquilo fosse estranho, sabia que podia confiar e mais uma vez deixe-me ser guiada, mas desta vez não foi a nenhuma sala ou objeto e sim a uma janela, na qual a vista era para a Floresta Amazônica, fiquei me perguntando por que até lá, o que quis me dizer !?Porém percebi que já estava atrasada para o pré-teste voltei correndo até lá, assim que dobrei no corredor me esbarrei em um garoto.
-Desculpe-Me.
Mas não recebi nenhuma resposta ou um balançar de cabeça, ele foi totalmente mal educado.
Quando cheguei na sala, a doutora Eloá já estava de saída, pedi-lhe uma chance para o teste, ela apenas confirmou, depois de fazê-lo, esperei por alguns minutos, foram mais do que eu pensava, mas ela apenas me chamou para me mostrar o resultado, pena que não foi apenas isso.
-Preciso que você confie em mim, não fale sobre essa conversa comigo a ninguém, muito menos que fez este pré-teste, você falará que não deu tempo e que não tinha mais vagas.
Antes que terminasse, eu a interrompe, pois eu não estava entendo nada.
-Eu não estou entendendo nada!
-Você é uma Lambertine, isso é algo grave, eu só aconselho que siga o que eu falei e não conte a ninguém, não se preocupe, eu a protegerei durante a celebração.
-Lambertine? Como assim ?
-Se souberem que está aqui, que você existe... acredite coisas ruins aconteceriam, mas agora lembre-se não tivemos essa conversa, não conte a ninguém, agora saia... saia!
Depois daquela conversa, até chegar no meu dormitório, havia uma confusão na minha cabeça, vultos, segredos, Lambertine, tudo isso estava me agoniando, porém assim que entrei no dormitório me senti pior ainda, eu menti para minha amiga, sobre o pré-teste sobre tudo que aconteceu antes de estar ali.
-Mas e então qual foi sua porcentagem?
-Lobinha!
-Que bom! Então sua família vai continuar.
-Pois é, agora posso honrar ainda mais minha família, mas é uma pena que não deu tempo de você fazer, eu queria saber.
-Eu também, mas amanhã a noite saberemos.
-Eita! Já é amanhã, eu estou ansiosa.
Passei a noite praticamente acordada, intrigada com tudo, no outro dia, enquanto todos se arrumavam para a celebração, fui até a biblioteca pesquisar sobre ser Lambertine, foi um pouco difícil não podia conversar com ninguém sobre aquilo, como conseguirá tirar minhas dúvidas, apesar disso consegui encontrar um título relacionado a isso. “O massacre do dia 13 de novembro”, mas há era tarde para eu continuar a leitura, já estava quase na hora da celebração e tinha que me arrumar.
Quando cheguei na celebração, me sentei ao lado de Mirella, e logo em seguida o Conselho entrou sendo aplaudido por todos que ali estavam, mas desta vez quem deu uma passo a frente foi Marjorie.
-Boa noite alunos, a partir de agora eu autorizo a iniciação do ritual de formação das categorias que elas sejam decididas pelos seus sangues, pelo o que vocês são!!!
Aplausos.
Os nomes começaram a ser chamados em ordem alfabética.
-Alice Teixeira!... Blake Boaventura!...
Blake Boaventura era o mesmo menino que eu havia esbarrado quando ia até os pré-testes, sua categoria foi vermelha, ele era um híbrido, uma das formações mais difíceis de serem achadas, durante sua formação, o Heitor que assim como ele, foi parabenizá-lo e receber isso de alguém tão importante do Conselho era um privilégio.
Depois de vários nome, finalmente o meu. Até chegar a mesa onde se estava túnel de formação comecei a suar, minha mãos estavam geladas, até porque eu não sabia o que aconteceria, minha categoria no que foi avaliada no pré-teste não existia ali, assim que me aproximei, peguei a agulha e com um furo no dedo, e apenas três horas de sangue, a água começou mudar de cor, demorou um pouco mais dos demais, então minha cor foi revelada.
-Lea Lombardi, vampira!
Depois de ouvir aquelas palavras fiquei pasma, não sabia exatamente o que aconteceu, como, não era aquilo, depois de descobrir fui até a sala de Eloá, porém só vejo um faxineiro fechando a porta.
-Pode me dizer onde está Eloá?
-Sinto muito, mas enquanto acontecia a celebração, Eloá não se sentia bem, ela faleceu com um grande Sangramento pelos ouvidos, eu sinto muito.
Eu não queria que aquilo fosse verdade, a quem eu falaria, quem me explicaria como foi que virei vampira, eu me senti sozinha, confusa, sem categoria.

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⏰ Última atualização: Apr 11, 2017 ⏰

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