Capítulo 2

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POV Lauren Jauregui




- Droga de vida


Eram meus pensamentos esses dias. Saí de um relacionamento fadado ao fracasso, cheio de brigas e desavenças, um noivado sem graça e monótono, o que eu descobri muito depois. Meu relacionamento era uma merda! Com uma mulher que dizia que me amava e me traiu. Ela amava sim. Mas apenas meu dinheiro. Como pude ser tão burra?


Descobri que não foi a primeira vez que ela me traiu e se eu não tivesse visto aquela cena horrível, não seria a última. E isso me machucou bastante. Por que essas mulheres não gostam de uma pessoa romântica, que dá valor? Elas gostam que as façam sofrer? De serem tratadas como cachorras? Porque se for assim, me avise que eu ainda não estou sabendo.

Além de me machucar, disse coisas que eu pensei nunca mais ouvir na minha vida. Palavras que abriram uma ferida enorme em meu coração.

Quem estava lá pra me consolar, dizer que ia ficar tudo bem? Dizer que eu era melhor do que quem me fez sofrer? Dizer palavras bonitas e tentar arrancar sorrisos de mim, cuidar tão bem de uma pessoa que as feriram? Duas das pessoas que eu tanto machuquei com minhas palavras. Ally e Verônica.

Vero.... Talvez se eu tivesse escutado minha melhor amiga, teria me poupado desse sofrimento.



Flashback on


- Lauren, abre teu olho. ABRE TEU OLHO PRO QUE ESTÁ NA TUA FRENTE, PORRA! Essa vadia só quer saber do teu dinheiro e ainda está te colocando contra todos os teus amigos. Qual vai ser o próximo alvo? A sua família? É só o que tá faltando. Você se afastou da minha noiva, se afastou da Dinah, da Normani, da Ally. Porra, da Ally, Lauren! O que aquele pingo de gente te fez? O que elas te fizeram? Você está perdendo todas as pessoas que te amam de verdade e que te ajudaram desde o jardim de infância, que te protegeram daqueles idiotas que viviam te batendo e falando coisas horríveis pra você. Ela afastou você das suas amigas, vai afastar você da sua família e aposto que vai dar o golpe da barriga e você vai ter que sustentar ela e um filho que talvez nem seja seu, depois vai te largar pra viver uma vida cheia de regalias e você vai ter perdido tudo. TUDO que seus pais lutaram pra construir e tudo que você está ganhando com aquela empresa que você tanto zela. E por que isso vai acontecer? Porque você está sendo UMA TROUXA ILUDIDA.

Escuta bem o que eu estou te falando. Você tá vacilando feio e perdendo milhares de pontos comigo. Mas eu ainda permaneço aqui com você, porque eu te amo demais pra ver o que a família Jauregui construiu ser jogado fora com o tanto que essa vadia gasta, mas quando eu cansar, ah Lauren... Quando eu cansar não terá lágrimas de sangue que me façam reatar a nossa amizade. Abre teu olho.


Flashback off


Hoje eu entendo o porquê de não ter enxergado o que estava na minha frente. O amor. Bom, o que pelo menos eu conheci dele. Esse amor que eu estava sentindo me deixou cega, surda e muda. Cega por não ver o que ela estava fazendo com minha vida e meu dinheiro, surda por não ouvir quem tanto me ama e me quer bem. Muda por não conseguir falar "chega dessa palhaçada", por não conseguir falar "basta".


Perdi a amizade das minhas amigas e dos meus irmãos. Sobraram apenas Verônica e o amor dos meus pais. Porque a confiança deles eu perdi. Não queria mais ter que viver nem olhar pra ninguém, muito menos sair do meu quarto. Preferia a morte do que a vida. Porque como disse minha ex-noiva: eu não era para estar nem viva. Uma aberração como eu não era digna de vida.



__________*



17:40pm




Voltando da empresa depois de um dia cheio de compromissos e tarefas, só quero tomar um banho, comer, dormir e aproveitar essa folga de 4 dias.


Nesse pensamento chego em frente a minha casa e estaciono meu carro. Dando a volta, pego minha pasta, celular e chaves da casa.


Indo em frente a porta de entrada avisto uma caixa.


- Quem colocou isso na minha porta? - penso alto.


Me aproximo e vejo algo se... mexendo? O que?


- Será que é algum filhotOH MEU DEUS - dou um grito surpresa e o bebê se assusta e logo solta um resmungo.



Um bebê.



Um bebê na porta da minha casa.



Um bebê na porta da minha casa dentro de uma caixa.



- Meu Deus, quem teve coragem de fazer isso com você, bolinha? - falo me levantando e destrancando a porta. Logo depois pego a caixa e sigo pra dentro de casa ainda assustada.



Pego aquela linda bolinha branca de cabelos incrivelmente negros e de olhos incrivelmente azuis nos meus braços e percebo alguns papéis no fundo.



- Vamos ver o que temos aqui, bebê - digo me ajeitando no sofá e trazendo a caixa para perto de mim tendo o máximo de cuidado com o anjo em meus braços.


Pego aqueles papéis e vejo que são documentações hospitalares. Pelo jeito, necessárias para fazer uma certidão de nascimento. Contém horário da entrada no hospital, hora em que nasceu...


Mas um papel chama minha atenção, abro com cuidado logo vendo o conteúdo...





Uma carta

With My Return TicketOnde histórias criam vida. Descubra agora