Prólogo

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Perdido. Era assim que Dean se sentia desde que sua mãe, Mary, falecera quando o garoto tinha apenas 9 anos de idade. Antes da tragédia, Dean era uma criança feliz e cheia de vida, e acima de tudo, tinha uma família normal. Ou talvez ele achasse que tinha. Mary fora cruelmente assassinada, quando um grupo de inimigos de John, seu pai, incendiou a casa onde a família morava. Era uma noite fria, Sam já estava no berço e Dean estava lendo o livrinho que ganhara do pai, quando de repente, ouvira gritos vindo do quarto ao lado. Guardou o livrinho e correu para ver o que estava acontecendo, e quando chegou no quarto de seus pais, sua mãe estava sendo segurada por um homem gigante, que apontava uma faca para seu pescoço. "Pegue seu irmão e corra para fora, querido. Tem que me prometer que vai cuidar dele, ok? Para sempre, cuide do seu irmãozinho, certo? A mamãe está orgulhosa de você, anjo. Vai ficar tudo bem, agora vai." foi o que a mãe lhe dissera antes do homem cortar seu pescoço. Dean correra o mais rápido que podia, desviando do fogo e tentando conter as lágrimas para fazer um último favor para a mãe. Dean conseguira salvar o irmãozinho, e quando chegou do lado de fora da casa, abaixou-se atrás do murinho do vizinho do outro lado da rua, observando seu pai ser espancado por 4 homens, incluindo o que matara sua mãe. Dean chorava com a cabeça encostada em Sammy, que não se lembraria do acontecido, pois só tinha 8 meses. Os homens finalmente foram embora quando uma sirene tocou, indicando que a polícia estava chegando, e enquanto observavam de longe toda a fumaça, John e Dean choravam e Sammy dormia dentro do impala.

Após a tragédia, mudaram-se para outra casa, ainda em Lawrence. John nunca mais foi o mesmo. Se fechara completamente para todos, falando sempre apenas o necessário e, eventualmente, nem isso. Sempre ficava dias, semanas, até meses fora de casa, fazendo sabe-se lá Deus o que. Com a ausência constante de John, Dean fora quem criara Sammy, que não se lembrava da mãe. A vida de Dean era cuidar do irmão, ele era sua preciosidade, tudo que lhe restara. Dean sentia muita raiva do pai, que começou a destratá-lo aos 12 anos de idade. Já Sam, sempre tratava o pai com carinho e respeito, porém nunca recebia reconhecimento. Por mais que s esforçasse, tudo que John lhe falava era algo como "hm" ou um sorriso torto e forçado, o que fazia Dean ficar ainda mais revoltado com o Pai. Até hoje, os irmãos não sabem a razão do assassinato de sua mãe, e Dean já havia desistido de tentar descobrir, até porque quando perguntou para seu pai pela primeira vez, com 14 anos, o homem lhe dera um murro no rosto e dissera para o garoto nunca mais citar uma palavra referente à sua mãe, e foi o que ele fez: além de Sammy, Dean nunca falava com ninguém sobre sua mãe. Tudo que Dean tinha vontade de fazer era desistir, fugir, gritar. Mas tinha que estar ali para o irmão, ele prometera à sua mãe. Além do mais, bem lá no fundo, Dean ainda tinha esperança de que algo bom e renovador iria acontecer em sua vida

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Castiel já não sabia mais como fugir de si mesmo, já não sabia o que estava acontecendo em sua vida. Aliás, havia anos que já não sabia de mais nada. A vida do garoto parou de fazer sentido na noite em que seus pais o largaram na porta de um orfanato em Chicago, sua cidade de nascença, quando tinha apenas 7 anos de idade. Naquela fria noite, os pais do garoto mandaram-no esperar naquele portão, pois os mesmos tinham "assuntos de adultos" para resolver, e que voltariam logo. Cas ficara horas esperando os pais voltarem, até que olhou portão adentro. O local era um grande prédio, parecia até mesmo um castelo - um castelo assombrado. Havia uma grande porta, e acima dela, uma placa com os dizeres: "Orfanato Hope". Castiel estava refletindo sobre como o nome do lugar era contraditório, quando se deu conta do que estava acontecendo: já passava das 3h da madrugada, seus pais haviam deixado-lhe naquele mesmo local às 21:47. E então, nada nunca havia ficado mais claro em sua vida: seus pais haviam abandonado-o. O garoto caiu em lágimas ali mesmo, e após minutos de desespero, decidiu controla-las e tocar o interfone do local. Uma mulher enrolada em um cobertor esverdeado aparecera na porta, e duas crianças olharam por trás da mesma. A mesma moça abrira o portão para Castiel, que explicou-a o que havia acontecido em meio à lágrimas. A mulher acalmou-o e disse para o garoto que ela iria levá-lo de volta para casa, mas ele não quis: os pais não o queriam, ele tinha de lidar com isso. Anna cabou acolhendo-o, assim fazendo Castiel se considerar um órfão, mesmo sabendo que seus pais estavam vivos, porém naquele dia, morreram para o garoto. A tal mulher, que Cas finalmente notara ser uma morena de olhos azuis chamada Anna, devia ter uns 38 anos, baixinha, com algumas rugas começando a aparecer em seu rosto, apresentou o garoto para um homem uns 10 anos mais velho que ela, alto, olhos verdes, o cabelo já apresentava alguns fios esbranquiçados, fora de forma e com a barba por fazer, cujo nome era Balthazar. Cas então conhecera Gabriel e Lúcifer, e descobrira que seriam seus colegas de quarto.

We'll be the stars // DestielWhere stories live. Discover now