"Let Go." - Harry E. Styles. (Pausa ).

1º- New Family.

Sabem aquele momento em que descobres que alguém em quem confias com a tua vida te tem andado a enganar à 3 meses e de repente te caí tudo em cima de uma vez? pois eu desconheço esse sentimento, mas pelos vistos o meu pai pensa que não.

Mas que bela maneira de começar uma história, não é? Penso que para os olhos de um desconhecido, é um começo um tanto estúpido mas para mim é belo, até porque a história é minha, e na minha realidade, é a mais bela de todas, mas já estou a engonhar a mais, para quem tenciona terminar o o que começou.

Bem, resumindo e concluindo, quanto eu tinha nove anos os meus pais separaram-se, e que triste que foi, eu sei que para pessoas alheias, é um acontecimento banal, mas por um segundo ponham-se na pele de uma criança de nove anos e imaginem como seria, de um momento para o outro, ver que a casa em que contavam para voltar após um dia cansativo, tinha sido destruída, é claro que não é nada de cortar os pulsos, mas para um adolescente ver que os pais que o criaram baseado no amor que estes sentiam um por o outro e por ele, e com quem contava para conforto, de repente se separam e esse amor não existe mais, ou se calhar nunca sequer existiu é uma bomba para a realidade que este já tinha formado, então imaginem uma criança de nove anos, que ainda nem tinha a sua realidade bem formada. Mas enfim, a minha mãe mudou-se de volta para Portugal, sim ela é portuguesa, e eu fiquei a viver com o meu pai na Inglaterra, passo as férias de verão com ela e o resto do ano com o meu pai visto que estudo cá, e assim tem funcionado a minha vida, até agora. Há exatamente três meses atrás o meu pai começou a sair com uma mulher, supostamente "ás escondidas", sim supostamente porque na segunda semana de namoro eu já desconfiava e na terceira já tinha certezas. Mas deixei-o pensar que não sabia de nada, desde que ele ficasse feliz com isso. Confesso que ao início fiquei um pouco receosa sobre a relação deles, mas depois de ver como o meu pai andava feliz, apenas fiquei feliz por ele.

Agora vem a parte engraçosa, adivinhem lá, estava eu a dormir muito descansadinha, provavelmente a sonhar com o deus grego que é o Ian Somerhalder, quando "alguém" decide acordar-me com um beijinho na testa e o pequeno almoço quase almoço na cama, sim quase almoço porque já eram para aí uma e meia da tarde, abençoadas férias que me deixam dormir as 12h necessárias. Como devem prever, depois de muita graxa e miminhos do ser masculino claramente nervoso, ele largou a bomba, ou uma mini bomba neste caso, porque eu já sabia de tudo, o que não demorou muito ate ele perceber até porque eu nem estava a tentar disfarçar o meu conhecimento sobre a história. Eu contei-lhe como estava contente por ele e eu juro que ele deitou uma lágrima enquanto me esmagava nos braços dele com um sorriso rasgado na cara. E fim, história feliz.

Mentira apanhei-te, risos, por mais que eu quisesse que aquele fosse o fim, acontece que o meu pai quer que eu conheça a sua namorada e ao filho dela e eles vêm cá hoje almoçar para nos pudermos tornar numa familia feliz, sintam a ironia.

E aqui estou eu, sentada em cima da banca da cozinha ao lado do meu pai stressado com a comida que estava a preparar, enquanto esperávamos que os futuros membros da família chegassem.

"Rose, por favor, porta-te bem, não quero nada das tuas piadinhas habituais ou de comportamentos excessivos, eu gosto mesmo dela filhota e eu sei que tu também vais gostar, mas por favor não faças merda como fazes sempre" - Ele diz distraído com o que quer que seja que esta a por no forno e, autch essa doeu, muito encorajador pai sem dúvida. Qualquer filha estaria no mínimo magoada com as palavras do meu pai, mas eu apenas achei cómico e acabei por soltar uma pequena risada á qual ele se juntou, a verdade é que, e vamos ser honestos eu sou uma peste das piores, peste ao ponto do meu pai me ter que dar um aviso deste calibre.

"Não te preocupes pai, eu porto-me bem, mas e então, conta-me lá, já fizeram aquilo?" - Eu perguntei, encarando o meu pai enquanto um sorriso perverso se desenhava na minha cara, a reação dele à minha pergunta não foi tão boa como eu esperava mas foi o suficiente para eu ter que largar uma boa gargalhada, ele apenas se encostou á banca e cruzou os seus braços sobre o seu peito enquanto abanava negativamente com a cabeça e me encarava com aquele ar de " onde é que eu errei", a verdade é que eu não queria saber se eles o tinham feito ou não, mas adorava pegar com o meu pai.