Dizem que não há nada melhor do que acordar com a brisa suave do mar em suas narinas, e o som de gaivotas preenchendo seus ouvidos. E tenho dito.
O balançar do navio faz ser praticamente impossível levantar-me da cama, o fato é que: nessa manhã de 09/10/1910, minha maior vontade seria ficar dormindo durante todo o dia.
Mas, segundo papai, temos um jantar importante com pessoas que aparentemente também o são, e eu preciso usar meu melhor terno, e fingir que estou interessado em todo aquele papo sobre reinos, e etcetera.
A verdade é que eu poderia ficar falando sobre baleias e suas peculiaridades com o meu admirador de cetáceos.
Vi-lo-ei ontem, mas não pude falar contigo pois o rapaz estava trabalhando, aparentemente era empregado do navio. Quem pudera os servos serem tão bonitos como a si, ele mais poderia ser um rei riquissímo se desse a famosa sorte.
Mas chega de chamá-lo de garoto das baleias! Estou disposto a descobrir teu nome.
Abro meus olhos e logo pego meu binóculo, colocando-o em meu pescoço. Apago as velas e ouço minha barriga roncar em seguida, percebo que há um sino ligado há um fio na parede, que curioso! E faz um barulho!
Não demora mais que 5 minutos e minha porta é aberta, revelando.
E que revelação.
Seu cabelo parecia mais bagunçado que o normal, sua faceta de sono o tornava mais fofo ainda, apesar de que, na primeira vez que o vi, a única palavra que rodeou minha cabeça foi atraente e másculo.
E assim, o rapaz adentrou meu aposento, perguntando-me: "O que queres?"
E eu, enchi meu peito para dizer: "Você!"
Suas bochechas levemente ganham o tom rosado, e eu me dou conta que não era aquilo que eu quis dizer, e eu continuo tentando dizer mas nem todas as sentenças mais bonitas me parecem suficiente, e seu rosto torna-se de confuso para risonho.
Mas agora é tarde, e eu abaixo meu rosto, chateado. Porque tenho de deixar as pessoas contrangidas com a minha espontaneidade?
Sinto o colchão afofar-se ao meu lado, e sua mão toca a minha, afastando-a do meu rosto. A proximidade me faz ficar com um dos sintomas da arritmia cardíaca, eu diria! Mas sua voz calma logo ecoa e ele diz teu nome.
Jungkook.
Não pude deixar pensar neste nome durante o almoço, para os passantes eu poderia parecer interessado em todo aquele papo, mas eu só conseguia pensar em como aquele garoto me atraía.
E era isso, eu não iria negar. Ter sua presença por breves minutos só me fez querer ainda mais ser seu amigo.
Ao ver tantos funcionários naquela sala lotada de pessoas, incluindo meus pais, e, dizem os meus progenitores, minha futura cônjuge, julguei ser possível ver Jungkook.
Se é que ele ainda iria querer me ver após aquela tragédia de etiqueta.
E sim, ele estava lá, com a mesma roupa que apareceu em meu quarto, vindo em direção ao local que eu estava sentado.
Suas orbes se cruzam com as minhas por longos segundos, assim sinto uma leve tensão instalar-se, eu diria, não como algo negativo, uma tensão eros.
Enquanto servia uma bandeja de ostras, não pude deixar de perceber como ele manuseava de forma habilidosa, carregando copos lustrados e talheres de prataria.
Até que Jungkook aproximou-se de mim e não pude deixar de notar que algo cutucou meu casaco de pele. Quando ele saiu, prontamemte toquei o bolso e lá tinha um papel, provavelmente escrito às pressas, dizendo:
"Posso não escrever isso na maior habilidade que mereces, alteza. Mas anseio mostrar-me para ti e te conhecer; se também desejas, peça licença para sair da mesa, e venha me encontrar em um local mais reservado. Seja discreto!"
eros: sensual, carnal.
arritmia cardíaca: batimentos cardíacos acelerados.
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under the sea • jikook
Fanfiction➵ onde park jimin conhece o amor da sua vida, jungkook, em alto-mar. @pakrrjimin