Natal de Amor (X-Men)

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Natal de Amor

(X)

Era dezembro, e a neve se precipitava sobre o estado de Nova York.

Apesar do clima das festas de fim de ano, o Instituto Xavier era um abrigo tristonho na noite fria, as luzes acesas em seu interior não sendo capazes de aquecer os desanimados corações de seus residentes. Os últimos meses haviam sido extremamente turbulentos, e era o primeiro Natal que os mutantes passavam sem seus dois colegas mortos, o casal Scott Summers e Jean Grey, e principalmente sem seu guia e mentor, o professor Charles Xavier.

As coisas finalmente haviam ficado mais tranqüilas. Após ter recebido a Cura à força pelas mãos de Hank McCoy, o Fera, Magneto não dava sinal de vida há um bom tempo. Os últimos integrantes da Irmandade ainda soltos foram presos e dificilmente fugiriam das mãos do governo. Porém, uma insuperável melancolia se abatera sobre todos os estudantes, que ainda não haviam superado as perdas sofridas em seu meio. Ororo Monroe, a Tempestade, agora responsável pelo Instituto, tinha esperança de que o clima melhorasse com as comemorações natalinas. Ela sabia mais do que ninguém que, nas horas mais difíceis, fazer algo agradável entre pessoas queridas era algo extremamente benéfico.

Toda a propriedade estava decorada para o Natal. No saguão da mansão havia um grande pinheiro ricamente adornado com bolas coloridas, lâmpadas e um pouquinho de neve, cortesia de Bobby, o Homem de Gelo. Naquela noite, algumas crianças, utilizando uma escada, brigavam a respeito de quem colocaria a estrela no topo da árvore. Ororo e Logan, mais conhecido como Wolverine, passavam por ali naquele momento e a diretora, ao ver um dos garotos usando sua habilidade de clonar objetos para criar uma réplica da estrela e outro sacudindo as pernas da escada para derrubar a garota que estava no topo, tratou de repreendê-los:

–         Parem já com isso ou não ganharão seus presentes na manhã de Natal! Será que não aprenderam nada sobre trabalhar em equipe?

Envergonhadas, as crianças abaixaram a cabeça. A menina que então segurava a estrela passou-a para o colega ao lado, e assim de mão em mão ela subiu pela escada e chegou à garotinha no topo, que a colocou na ponta do pinheiro com um sorriso de satisfação.

Logan e Tempestade se afastaram também sorrindo e, enquanto adentravam um corredor, o primeiro disse, rindo:

–         Esses guris... Cada dia mais travessos!

–         Esta época sempre os deixa muito eufóricos.

Nesse instante, a mulher passou a observar o amigo. Ele tentava esconder, mas não estava nada bem emocionalmente. Sua respiração era pesada, parecia sofrer de algo que nem seu fator de cura poderia superar. E Ororo sabia do que se tratava. Num suspiro, ela tomou a decisão de finalmente perguntar, já que percebera que Wolverine estava assim há dias:

–         O que há de errado, Logan?

–         Como assim? – o mutante se fez de desentendido.

–         Você não está OK. Ultimamente parece carregar todo o sofrimento do mundo no peito. Conte-me, o que aconteceu?

Logan fechou os olhos por um instante. Tristeza... Tanta dor. E ele perdera a mulher que amava duas vezes. Primeiro quando ela dera heroicamente a vida para salvar o grupo no Lago Alkali. Depois em Alcatraz, onde ela implorou para que ele a salvasse da Fênix, e suas garras de Adamantium deram o golpe final naquele corpo que tanto ansiara ter em seus braços... Jean. Jean Grey. Sua grande paixão. Morta. Para sempre.

–         É a Jean, não é? – Tempestade já desconfiava.

–         E por que precisa saber? – rosnou Wolverine, apertando o passo para se afastar da colega.

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