Capítulo Três

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Sou uma péssima noiva, estou sentada no balcão da cozinha com uma garrafa de vodka e meus pensamentos. A festa ainda está rolando no salão ao lado e eu estou aqui sozinha pensando na vida patética que vou ter daqui pra frente. Tardes junto à família do Thomas, sentada numa mesa com a mãe dele falando sobre seu dia cheio e como eu devo agir, Thomas bajulando seu papaizinho querido e lá aquele velho nojento, sentado com um olhar porco fitando as empregadas e olhando pra mim como se eu fosse um pedaço de carne.
Mais pensamentos são interrompidos com barulhos de talheres, me viro e não consigo ver nada. Deve ser uma das empregadas.
As facas sumiram... Bom.. a bebida tá me deixando paranóica e louca. Que porra é essa?!
- Sra. Clair você precisa estar na sua festa.
Ai que susto! Era só a empregada. Gosto dela, ela me diverte, é a única pessoa dentro dessa casa que eu posso chamar de amiga. Já passamos horas à fio falando besteiras. Ela seria uma ótima compaheira de copo.
- Já disse pra me chamar só de Clair. Pfft... minha festa. Parece que eu não faço falta lá - pego dois copos- me acompanha?
- Não. Eu não bebo. Mas me conta a causa de tanta revolta- ela diz apontando pra garrafa.
- Só estou me divertindo. Mas... Parece que vou ter que cortar laços com a única pessoa que me faz sentir realmente viva- começo a derramar lágrimas e mais lágrimas... talvez eu tenha bebido demais
- Não chora. Sem querer ofender mas parece que a festa não vai parar sem você lá - nossa que reconfortante - então suba e se deite, amanhã o efeito vai ter passado e as coisas vão estar melhores.
Ela tem um sorriso tão bonzinho... me lembra até a Palmirinha. Acho que vou escutar o concelho dela, funciona.
- Tá bom... mas eu vou levar a garrafa comigo. Ela é minha nova amiga. -mando um beijo pra ela e saio andando.
Enquanto cambaleio pelos corredores da casa vejo tudo girar. E tenho uma vontade repentina e por toda essa bebida pra fora. Entro correndo no primeiro quarto que vejo.
Eu literalmente entrei no quarto errado e na hora errada.
Agora sei onde estão as facas que sumiram da cozinha, estão organizadas na cama e mais algumas coisas. Algumas armas, silenciador... tenho a leve impressãode que alguém vai matar uma pessoa hoje.
Um cara muito bonito aparece na porta do banheiro. Alto, asiático, forte e tem olhos negros, vazios. Está muito bem vestido. Ele vem em minha direção.
Tudo que eu consigo fazer é sair correndo pro meu quarto e me trancar lá dentro.

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