Hey. Meu nome é Skye, Skye Miller. Eu sei o que você deve estar pensando. "A garota que se auto-mutilava em busca de atenção," mas essa não é a história em questão. Essa é a história da minha vida, melhor dizendo, a história sobre como me apaixonei pelo garoto que amava uma menina morta. Não me leve a mal, eu não faço a linha "apaixonada," e minha vida nunca foi um pesadelo como da "aclamada" Hanna Baker era, mas entendo a sensação. Ser adolescente e estar no Ensino Médio nunca me pareceu ser o ápice da minha vida, mas os problemas começaram muito antes disso. Eu nunca tive muitos amigos, na verdade, nunca gostei muito de pessoas, com exceção de Clay Jensen. E foi aí que os problemas começaram.
Se tem uma coisa que você precisa saber sobre o Clay, é que ele não é exatamente o garoto mais concorrido do mundo, mas, com a minha sorte, é claro, isso não o impediu de me dar um belo chute na bunda. Primeiro dia de aula. Existe coisa pior? Para algumas garotas, era o dia mais importante do ano, particularmente, eu o considerava meu inferno pessoal.
—Ei! Skye! - A voz de Audrey soou suave atrás de mim e minha expressão se iluminou.
Não demorou muito para Bryce e companhia aparecem no corredor, dessa vez, com um calouro a tira colo. Um novato, com os cabelos loiro platinado, e um estilo alternativo que deixava óbvio que ele não era dali. Ele me olhou por cima dos ombros e eu revirei os olhos, já tinha problemas suficientes para lidar.
— Pensei que garotos não fossem o seu lance.
— E não são! - Respondi, voltando minha atenção para Audrey.
— Até que ele é bonitinho.
—Quem?
— Alex, o garoto novo. - Respondeu ela.
— É. Pode ser.
Não falamos muito no caminho até o banheiro, e quando chegamos lá, Audrey contornou meu pescoço com os lábios em questão de segundos. Ainda era estranho para mim, estar ali, no banheiro da escola com uma garota, mas de alguma forma que eu não conseguia compreender, ela conseguia afastar os pensamentos ruins. Não sei ao certo quanto tempo demoramos lá dentro, mas dei um pulo para trás sobressaltada quando distingui duas vozes femininas vindo em direção a nós, fiquei sem reação.
— Relaxa. - Audrey conteve a risada, voltando sua atenção para minha blusa que com muito custo tentava tirar.
— Elas vão ouvir.
— Só cala a boca.
Tentei prestar atenção em Audrey, suas mãos, apertando minha cintura. Os lábios macios contornando os traços do meu pescoço... mas não conseguia deixar de pensar nas duas meninas que estavam do outro lado da porta conversando entre si. Eu poderia ter continuado, mas ao ouvir uma delas balbuciar "Hanna Baker", estraguei o clima na hora. Mesmo depois de morta, a rainha do drama insistia em me assombrar.
— Desculpa. Não dá. - Me desvencilhei de Audrey, e saí do banheiro, sem lhe dar a oportunidade de dizer alguma coisa.
Bom, se eu vou te contar a história da minha vida, você precisa saber que não é só sobre mim que estamos falando. Contornei o corredor da escola, observando as paredes. Minha escola era um lugar normal, como todos os outros. Os idiotas faziam suas idiotices, os nerds estudavam, os fracassados como eu faziam suas merdas, e os doidos de pedra, como Hanna Baker, se matavam. Isso mesmo, você não ouviu errado. Talvez minha escola não fosse tão parecida com as outras, afinal, tínhamos uma garota morta em nosso currículo. E como isso aconteceu? Aí já é história para outra hora, mas vamos começar falando sobre quem ela deixou para trás.
Clay estava sentado na arquibancada do colégio, fitando a quadra de basquete. Tinha aquele olhar inexpressivo, distante. A única expressão que esboçava desde a morte dela. Eu queria me aproximar e dizer que tudo ficaria bem, que ele podia contar comigo, mas também não queria ser mais uma daquelas pessoas que só pioram a situação. Talvez não exista uma palavra certa para consolar alguém que acabou de perder uma pessoa que amava, talvez "sinto muito" não fosse o suficiente, mas eu realmente sentia. Não pela perda dela, propriamente, mas por ver alguém que eu amava perder a si próprio em meio a uma dor que não merecia sentir.
Observei ele de longe, da porta do ginásio. Mentalmente, desejei que voltássemos a ser amigos, mas não foi uma decisão minha nos afastarmos. Respirei fundo antes de dar as costas e sair andando, quando senti o impacto de alguém trombando comigo.
—VOCÊ É CEGA? IDIOTA! - Esbravejou o calouro loiro que eu tinha visto no corredor naquele mesmo dia, mais cedo, enquanto pegava seu celular que tinha caído no chão.
— Não, mas você certamente é bastante estúpido.
Continuei andando, me sentindo nauseada, quando de repente ele me agarrou por um dos braços.
— Será que vou ter que te denunciar por violência a mulher agora? - Fuzilei-o com os olhos.
— Ei. Não! Desculpa. Meu nome é Alex.
— Legal. - Respondi, sem esboçar reação.
— Nossa! Só "legal?"
— Você esperava uma salva de palmas, ou...? - Perguntei, sarcasticamente.
— Na verdade, esperava ouvir o seu nome.
— Por que, está interessado?
— Perguntei por educação, mas obrigado por ser uma vaca.
Fiquei sem reação, olhando o garoto virar-se de costas para mim, antes de me olhar novamente de forma sarcástica.
- A propósito, é Alex.
- Legal. - Respondi, esboçando um sorriso falso.
- Vai se ferrar. - Balbuciou ele, antes de sair.
CONTINUA...
#GOALEX!
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SKYE: MY LIFE IS A MESS ♡
Teen FictionSkye: My Life is a Mess é uma Fanfic derivada da série de livros "Os treze porquês", escrito por Jay Asher. Os nomes dos personagens e a base de suas histórias, são inspirados na história original, com o enredo composto por mim. A Fanfic gira em to...