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Já faz duas semanas​ que eu converso com Louis e posso jurar que somos grandes amigos. Tenho medo de perguntar sobre seus choros, então eu só quero que ele esqueça de tudo que tenha feito ele chorar. Todos os dias crio piadas de toc-toc, ele ama e passa minutos rindo até cair pequenas lágrimas do rosto.

Algumas vezes ficamos dez minutos no parque antes de ir pra casa e hoje ele acabou chorando. Eu não sabia o que fazer, se chorava junto, se perguntava ou se eu simplesmente ficarbquieto. Resolvi não pensar muito e o abracei forte, dando carinho nos seus cabelos e beijinhos em sua testa como mamãe costuma fazer quando estou triste. Aposto que cookies o deixariam muito feliz, mas sua mãe não deixaria já que mal podemos brincar em frente a sua porta.

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Cinco meses, bom, talvez seja estranho o fato de que um menino contar os dias que conheceu alguém, por isso anotava tudo em meu pequeno diário de couro. Ele era novo e logo na terceira  página estava escrito o meu plano que fiz pra iniciar uma amizade com Louis, estou feliz que tenha dado certo.

Hoje era o aniversário dele, sou mais velho por dois anos e isso é  um dos motivos por ele ser tão  pequenininho perto de mim. Eu preparei um presente que eu temia que ele não fosse gostar, não era algo super caro como uma pista de carrinhos que todos os meninos gostavam menos eu, mas acho que ele vai gostar. Estou ansioso e inseguro.

Como sua mãe não iria fazer festas, nós  decidimos que ele sairia escondido até  minha casa, que era ao lado da sua. Mamãe pensou que ele tinha permissão  de vir, me sentia mal por mentir pela primeira vez a ela, mas era por um bom motivo. Papai me disse que se fosse por algo importante valeria a pena, mesmo que mamãe tivesse batido fraco em seu braço e lhe dando uma bronca por não  concordar.

Ele chegaria  daqui a dez minutos, eu olhava toda hora para o relógio  que marcava 19:00hrs e seu ponteiro lentamente sendo mudado para 19:01, torturante. Talvez sua mãe  o visse, mas segundo ele, ela nunca vai checa-lo após bota-lo na cama e era isso que me deixava menos preocupado.

Eu pedi para mamãe  comprar alguns salgadinhos e fazer cupcakes como se fosse bolos já  que ela disse que não  tinha como fazer um bolo, pois havia gastado todas as massas. Me tirando do mundo da lua, a campainha toca e faz um barulho pela casa, arregalo os olhos e logo sinto minhas bochechas queimarem. Com passos rápidos  vou ate a porta e a abro.

—Feliz aniversário, Louu! —Lhe dou um abraço forte e o puxo para dentro— Mamãe, Louis chegou!

—Obrigada, Hazz. —Ele deu um sorriso largo e talvez o mais sincero que ele deu em meses.

Assim que mamãe o viu, lhe deu um abraço e o desejou feliz aniversário, fazendo sua pele feito neve virar um tomate, era difícil  admitir mas ele era fofo, mas ao mesmo tempo me sentia culpado por achar isso.

Uma vez vi um garoto falar que era errado achar garotos bonitos e sentir vontade de abraça-lo e dar amor e vários beijinhos assim como mamãe e papai fazem, era isso que eu sentia vontade de fazer com Lou, ele era tão fofo e pequeno, inseguro e confiante, engraçado e gentil. Era uma mistura de coisas que o fazia cada vez mais fofo, mas era errado, segundo alguns amigos, meninos só devem sentir isso por meninas, será que eu sou uma pessoa ruim por isso?

—H-Harry? —Ouvi a voz fina e preocupada de Louis e olhei para ele, suas sobrancelhas franzidas como se realmente estivesse preocupado.

—N-Nada... —Digo baixo e passo meus dedos em meus olhos para  tirar qualquer gota teimosa que quisesse descer e fazer meu rosto de escorregador — Eu tenho uma surpresa, Lou.

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⏰ Última atualização: May 28, 2017 ⏰

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