Cap.1 - As things collide
Louis P.O.V.
Eu tive uma noite horrível.Tive que terminar meu trabalho final de inglês e graças a Deus, eu consegui. Sinceramente,não sei como. Fazer uma releitura de uma peça de Shakeaspeare não foi nada fácil.Mesmo com algumas semanas para faze-lo, mas simplesmente não tinha saco pra isso. Não mesmo.
Bom,ao menos minha mãe poderá ficar um pouco satisfeita esse ano (em relação a minha nota em inglês,por que não me lembro de ter me saido bem em outras matérias; o que não vem ao caso agora) porque eu me sentia orgulhoso pelo trabalho pronto e aparentemente bem feito. Esfreguei os olhos tentando acordar e bocejei pela quinta vez naquela manhã.
Eu tinha adormecido em cima das minhas anotações e livros,deixando alguns totalmente amassados.Acho que minha mãe se contentará com um '' C+ '' .
Levantei da cama lentamente,tomando cuidado em deixar meu pé direito tocar primeiro o chão para começar o dia bem.Olhando a mim mesmo diretamente no espelho do banheiro não pude deixar de rir pelas olheiras escuras marcadas abaixo de meus olhos e a marca que amassava minha bochecha esquerda formada pela lombada de algum livro. Passei meus dedos nos cabelos bagunçados tentando arruma-los; desisti após sete segundos inúteis de luta.Coloquei minha velha camiseta azul, estampada com um urso polar dizendo ''bear hug'' e não evitei um sorriso ao vesti-la. Fazia frio lá fora, então achei melhor vestir meu moletom claro por cima e colocar minha touca para proteger as orelhas. Vesti qualquer jeans,calcei meu Vans desbotado e desci correndo pelas escadas com a mochila e meu trabalho final em mãos. Agora tudo o que eu poderia querer era uma xícara de café para me encorajar a ir até o inferno vulgarmente nomeado escola.
Como se já não bastasse eu estar quase dormindo em pé devido ao trabalho até tarde,ao chegar na cozinha percebi que minha mãe não tinha preparado café antes de ir trabalhar. Me deparei com um bilhete no balcão da cozinha acompanhado de alguns trocados. O bilhete dizia :
''Boo, acordei atrasada;não tive tempo de fazer nada. Use o dinheiro que eu deixei no balcão e compre algo.
Te amo xx''
Revirei os olhos,irritado. Não era a primeira (nem última,com certeza) vez que minha mãe fazia isso. Peguei as moedas e sai de casa batendo os pés com força. Será que era mesmo tão dificil assim acordar um pouco mais cedo e fazer um maldito café?
Tranquei a porta e comecei a andar em busca de um lugar que vendesse um copo da bebida quente. Apertei meus braços em volta de mim mesmo tentando falhamente me esquentar nesse tempo terrivelmente frio. Ajeitei a touca em meus cabelos,de modo que a franja ficasse pra fora e caminhei mais um pouco até avistar um pequeno estabelecimento.
Apertado e escondido entre duas casas maiores e coloridas, enquanto a loja era escura e rústica. Mesmo assim eu conseguia ver piscando fracamente uma plaquinha de neon em forma de xícara de café. A ''fumaça'' subia e desaparecia conforme as luzes apagavam e acendiam.
Sorri aliviado por ter encontrado um lugar pequeno e vazio à essa hora. Eu só precisava pegar meu copo,pagar e poderia tomar meu rumo até a escola sem me atrasar tanto. Ao entrar no lugar senti um calor gostoso preencher meus poros e me senti tentado a tirar o moletom naquele momento.
Olhei ao meu redor e avistei uma figura por de trás do balcão de bolos. Ele estava curvado no balcão a sua frente,concentrado no que me pareciam flores de confeitos. Era um garoto alto de aproximadamente 19 anos. Ele vestia um suetér claro e jeans escuros justos,e seus cabelos caiam sobre a nuca em pequenos cachos rebeldes,que insistiam sair de sua touca. Apesar de já estar me atrasando ainda mais para a aula eu não conseguia parar de observar,eu não queria parar de observar. Sua precisão com as flores me assustava, há apenas cinco segundos eram puramente massa colorida e se transformavam em rosas,tulipas,jasmins e outras espécies de flores do qual eu nunca tinha visto.
Eu o encarei fielmente sem fazer nenhum barulho ou movimento para não o desconcentrar, ou pior, faze-lo perceber que eu já estava ali há bastante tempo. Foi então que uma senhora com cabelos claros e bochechas rosadas saiu de uma porta próxima ao balcão e me dirigiu um sorriso caloroso. Eu sorri de volta mas ela já estava gritando:- Harry meu bem,você se importaria em atender o rapazinho?
O rapaz - aparentemente chamado Harry - secou as mãos em um trapo e se virou atrapalhado dizendo:
- Oh meu deus,eu nem percebi que tinha alguem aqui, Bárbara. Eu o atendo,não se preocupe,me desculpe. Posso... ajudar?
O garoto se virou empolgado e sorriu calmamente,tentando se controlar.
Mas fui eu quem ficou sem ar.