Prólogo

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Ela se lembra bem, foi no final do outono quase chegando o inverno, já era possível observar as frágeis famílias inglesas se preparando para a frente fria que estava por vir, os pneus de neve já estavam sendo colocados.
Seria realmente impossível Risa esquecer essa data, 18/ /2003. Era isso que estava escrito em toda parede de seu quarto, exatamente dessa forma, sem nenhum mês específico, apenas com dia e ano.
Não culpe Risa pelo ocorrido, nem ela mesma se culpa por isso, tudo foi meramente planejado, aconteceu como o destino quis que acontecesse.
Tirar a vida do garoto mais genial que ela já conheceu, foi de fato bem mais fácil do que tirar a sua própria vida.
O sangue escorrendo era a coisa mais linda de se ver, mas não podemos deixar de lado a expressão de desprezo que Connor mantinha, aquilo também era lindo. Ele era tão bonito que mesmo com uma faca rasgando seu abdômen lentamente o rancor não deixava de encantar Risa.
O doce garoto apesar de sentir muita dor não gritou nenhuma vez, as únicas palavras que ousaram sair de sua boca deixaram claramente nítido o amor por sua assassina. Ele disse Eu te amo Risa, e logo depois deixou de ama-la. Connor estava morto.
E não, NÃO foi culpa da Risa! A garota também o amava,você sabe disso! Pare de acreditar que ele era apenas bonito demais para morrer. Ele era muito mais do que isso. Ele era inevitável.
O passado já foi esquecido, mas a data merece ser celebrada. Na podre cabeça de Risa o ato de matar um indivíduo deve ser comemorado.
Porém, defender a própria morte não irá te livrar dela, então é melhor acreditar em mentiras, é bem melhor acreditar que escrever essa história não passou de um simples erro. Foi o destino, não foi?
Você sabe que não.

O Bonito é inevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora