Estava a acabar o meu desenho rápido quando vejo a paragem que provavelmente seria a minha, parecia ser a mais perto da praia, comecei arrumar as coisas em velocidade de luz porque não queria perder a minha saída .
Levantei me e fiquei a frente da porta do autocarro após ter tocado no sinal de paragem, sai e logo senti a brisa leve do mar, o cheirinho a mar era um dos meus preferidos.
Caminhei até a areia, tirando depois os meus sapatos e meias,pus os meus pés pela a 1 vez este ano no areia e como bom era a sensação, já tinha saudades disto, o meu sorriso cresceu imenso, estava mesmo feliz , caminhei rapidamente para perto da água , pelo caminho pousei os meus pertences, estava só com o meu telemóvel, tirei uma fotografia ao mar e ao sol, estava lindo, fiquei muito tempo a observar até sentir a água gelada a bater me nos pés , a minha única reação foi recuar enquanto resmungava o quanto fria estava.
Voltei para perto das minhas coisas e sentei me, novamente a observar a bela paisagem a minha frente. Comecei a olhar para o que estava a minha volta e vi um rapaz sentado na areia, parecia ser moreno e alto, não lhe dei muita atenção, voltei a minha concentração para a paisagem, estavam umas cores muito bonitas, alaranjada.
Deve ter passado por volta de uma hora, para ter a certeza fui ver o telefone, tentei desbloquear mas a tela permanecia preta, estive a clicar várias vezes com medo que seja só um pesadelo, não queria que isto fosse realidade, estava na praia sem bateria no telemóvel e sem forma de voltar a casa, e agora ? Eu poderia caminhar até à casa de algum amigo meu mas a verdade é que já não me lembro do caminho, porque é que fiz isto ? É por isso que nunca me aventuro, corre sempre tudo mal, estava a começar entrar em pânico, preciso de arranjar um telemóvel rápido, olhei para todo lado à procura de pessoas mas nada até que o meu olhar cai sobre o rapaz moreno, não me tinha apercebido que ele ainda estaria aqui.
Levantei me, sacudi a areia da minha roupa, peguei na minha mala e nas sapatilhas, comecei a caminhar em sua direção, só espero que ele não se vá embora até eu chegar perto dele, porque não tinha mais opção a não ser caminhar até longe para conseguir que alguém me empreste o telemóvel. Comecei a pensar como iria pedir, fiquei um bocadinho nervosa, sem reparar estava a 2 passos dele.
Tossir em seco só para que a sua atenção voltasse para mim, mas rapidamente paralisei, não acreditava o que os meus olhos estavam a ver, a minha cabeça estava a fazer truques comigo, provavelmente estava de boca aberta com um olhar surpreendido a olhar para o André Silva, ele estava a olhar para mim, sorriu, o que automaticamente fez sorrir também, cai em mim e dei uma pequena gargalhada.
"Desculpa! Não espera encontrar te aqui" sorri envergonhada, "nenhum problema, isto já me aconteceu muitas vezes" deu me um pequeno sorriso, "posso te pedir um pequeno favor ?" Pedi corada, " queres uma fotografia?", "mhhmm ?? Não! Eu só fiquei sem bateria no telemóvel e preciso de ligar a minha mãe para me vir buscar... " cada vez a minha voz diminuía "Ok mas só com uma condição..." fiquei curiosa para saber mais sobre o assunto "tudo bem. qual é?" "Dás me o teu número de telefone..." "Sofia" "Sofia em troca do teu número de telemóvel, eu te emprestarei o meu telemóvel... O que achas ? " sinceramente fiquei um bocado chocada com o pedido dele, nunca em 1 milhão de anos estava a espera disto, mas claramente que não vou recusar " ok eu aceito o teu pedido André " dei lhe um leve sorriso ao que ele retribuiu , estava completamente a morrer por dentro,o Andre levantou se e sacudiu a areia das calcas, retirou o telemóvel do bolso e entregou me já desbloqueado, "primeiro coloca o teu número, não te quero deixar fugir " riu , aí meu deus, provavelmente ainda estou corada, só de pensar nisso ainda fico mais, guardo o meu número, e começo a ligar a minha mãe ,tento disfarçar as minhas bochechas pondo as minhas mãos na minhas bochechas rosadas .
Após o segundo toque ela atende "estou ?" questiona, " mãe é a Sofia " , "Sofia estava tão preocupada contigo, já devias estar em casa, e porque é que tens o telemóvel desligado ? De quem é este número? Estas bem ? " minha mãe falou tão rápido que quase não entendi nada " mãe não te preocupes, eu vim à praia, fiquei sem bateria e o telemóvel é de... Um amigo ?" disse olhando para o André, ainda só nos conhecemos agora, ele simplesmente sorriu, não pareceu incomodado pela situação, "Sofia és sempre a mesma coisa, distraída no seu mundo, eu já vou a caminho " , com isto desligou. Devolvi o telemóvel ao André e agradeci,"sem qualquer problema Sofia " a maneira como ele dizia o meu nome dá me arrepios, estranho.
"Eu tenho que ir, a minha mãe vem a caminho, xau André!" não sabia muito bem como me despedir , abraço ? Dois beijos? Só um? aperto de mão ? , ele deve ter entendido então deu me um beijo da bochecha, comecei a sentir a minha cara a arder , devia estar vermelha como um tomate, não posso mentir que não fiquei feliz, todo parecia surreal, "ficas fofa quando coras" quando ouvi as suas palavras as minhas mãos foram logo para a cara , "não me digas isso que fico pior André" dou lhe uma leve palmada no peito, porra que firme , okkk Sofia estas a ser estranho outraves.
Pego nas minhas coisas que me esquecerá que tinha posto na areia , preparando assim para me vir embora. Dei novamente um sorriso ao André e comecei a caminhar pela areia, parei quando ouvi o meu nome ,"Sofia !", olhei para trás, "responde aos SMS !" gritou , comecei a rir das figuras que ele estava a fazer, " vou pensar nisso !" falei também alto , ele fez um gestos como estivessem a espetar uma faca no coração, ri novamente e pisqueilhe o olho, André sorriu com aquele sorriso que tanto adoro. ...
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