Calleb

Capítulo Um - Desespero

A dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto.

               - Caio Fernando de Abreu.

22 de Dezembro de 2014, faltavam 3 dias para o natal, as ruas de Denver estavam todas branquinhas da neve que já caia e a cidade toda decorada, papai e mamãe foram visitar minha tia Audrey em Madison, e voltariam com ela para as festas de fim de ano, eu já estava me arrumando para ir busca-los no aeroporto , o voo chegaria as 10:00 da manhã e já eram 9:25, mas parei para tomar um breve café na lanchonete perto de casa, não estava prestando muita atenção na televisão e só percebi que estava ligada quando uma funcionária aumentou o volume para ouvir uma noticia, não dei muita importância mas comecei a achar que era algo grave quando todos pararam seus afazeres para olhar a Tv, resolvi então dar uma olhada no que estava acontecendo e foi ai que o choque veio .

 - Falo agora diretamente do aeroporto internacional de denver, onde um avião Embraer 175 que voltava de Madison/Wisconsin com destino a Denver acaba de cair enquanto tentava pousar na pista molhada por causa da neve, o avião carregava 75 passageiros e tinha capacidade para 86 pessoas, até agora nenhum passageiro foi encontrado com vida. 

Meu coração parou, a xícara de café que estava em minha mão foi para o chão e automaticamente eu entrei em estado de choque, era o avião onde meus pais e minha tia estavam, eu não conseguia processar a informação e meu cérebro entrou em estado de negação, uma mulher me olhou e percebeu o meu choque, então ela veio até mim e perguntou se estava tudo bem, eu apenas consegui responder:

- Minha família estava naquele avião! Logo apos eu cai na realidade e comecei a chorar instantaneamente, a mulher que antes era uma estranha, agora me abraçava enquanto eu desabava em seu ombro.

2 Meses depois....

A dor da perda era muito grande, eu não tinha mais ninguém além dos meus pais e da minha tia Audrey, precisei cuidar do enterro sozinha e reconhecer os corpos, o sentimento era horrível, fiquei vários dias sem comer, sem sair do meu quarto, o pensamento de que agora eu era responsável por tudo e que estava sozinha me assustava, felizmente contei com o apoio da Helena minha melhor amiga e também da dona Meg á mulher que conheci na lanchonete, sem elas teria desistido de tudo no momento em que chegasse em casa do enterro, mas agora eu estava morando com Helena, tudo na minha antiga casa me lembrava á eles. Mesmo com todo apoio, eu ainda não tinha uma grande razão para viver, como já era de maior todos os bens deixados pelos meus pais eram meus por direito, confesso que não era muita coisa, somente a casa e algum dinheiro no banco, mas eu teria que me virar e começar minha vida do zero.

Helena tentava de tudo e aguentava todas as minhas dores e crises de pânico no meio da noite, ela me acolheu, cuidou de mim e sua família agora me tinham como filha, sempre fomos muito amigas, sua família era muito próxima da minha e a morte dos meus pais nos deixou muito abalados, já havia se passando alguns meses, a dor ainda estava ali mas eu precisava viver, mamãe sempre dizia que nunca em hipótese alguma deveria ficar triste se algo de ruim acontecesse, porque eu ainda estava viva, eu ainda podia ser feliz. 

Era quinta-feira, helena tinha acabado de chegar de uma entrevista de emprego, ela tinha conseguido á vaga e estava muito feliz, a única condição do emprego era que ela se mudasse para chicago o mais rápido o possível, ela trabalharia em uma grande revista de moda e esse era o seu maior sonho. 

- Lív, eu quero que você vá para chicago comigo, recomece sua vida, venda aquela casa, podemos morar juntas, você arruma um bom emprego e assim se distancia de toda essa dor, já passou muito tempo, a dor nunca vai embora, mas você ainda está viva e merece uma chance de ser feliz, e essa chance poderá ser em chicago!-  As palavras de Helena me fizeram pensar que talvez aquela seria minha chance de um recomeço, talvez fosse a chance que eu precisava para ser feliz. 

- Tudo bem Helena, eu vou com você, será ótimo para mim, e eu realmente não conseguiria ficar longe de você! - Vi um enorme sorriso se abrir, ela estava feliz e eu sabia que eu seria também, nos abraçamos e vi que a partir desse dia, minha vida nunca mais seria a mesma. 

Por hoje é só meus amores, espero que gostem desse primeiro capítulo introdutório da história do Calleb e da Liv, o próximo capítulo será sobre nosso CEO maravilhoso e temido, pouco a pouco vocês irão conhecer essa história viciante e apaixonante.

Um grande beijo, não esqueçam de votar e comentar muito, Amo vocês.