Eu não posso perder essa guerra!
DIA 1
A difícil decisão de esperar ou avançar. Então eu observo detalhadamente tudo que está em minha volta, a ponto de me fixar tanto, que corro riscos. No meio dessa correria eu tento encontrar meus irmãos, eu vim pra isso, e corro sem medo qualquer perigo. Me preparei psicologicamente pra suportar qualquer pressão que possa ocorrer nesse lugar que todos temem.
O desespero de conseguir descansar em algum lugar, me fez cair em vários momentos. Os soldados da elite se aproximavam e eu conseguia me esconder, na verdade, me camuflar. Sorte. Eu tinha que agradecer, pois a sorte andou comigo. Perceber que eu estava nessa situação e não tinha como escapar, por mais que eu não pudesse pensar nisso, eu pensava. Mas, eu era a única que podia socorrer as pessoas que eu tanto amo. E quem sabe ajudar outras pessoas também
Olhei minha mochila e tinha tudo ali, claro, fui muito bem preparada eu tinha tudo o que eu precisava para alguns dias, caso eu tivesse que me isolar. Teria que entrar naquele lugar, eu tinha que fazer parte dos abrigados da Elite. Eu tinha que me passar por um deles.
Consegui um repouso de baixo de uma árvore atrás dos grandes muros da entrada do Prédio principal. Aparentemente seguro. Meio de longe percebi que tinham outras pessoas encostadas em outras árvores, cansadas, sujas e machucadas como eu. Não era a única que tinha planos de aproveitar o recolhimento de novos alojados e entrar pra salvar alguém especial, se de fato isso é possível, eu vou ter que pensar de agora, o que fazer lá dentro, o que falar, como me comportar. Não poderia pensar em ser descoberta, ainda bem, que a minha genética me favoreceu não pareço ter mais de 21 anos!
Aproveitei o anoitecer e fui me aquecendo pro próximo dia. Os preparativos estavam sendo bem difíceis de serem feitos, devido ao frio e a escuridão, não teria como iluminar o local, não poderia chamar nenhum tipo de atenção, fui usando o tato para localizar e me equipar com tudo que eu precisava, para ficar a caráter. Me lavei com uma garrafa d'água, troquei de roupa, e o escuro me favoreceu e depois dormi, eu precisava descansar, o próximo dia seria bem pior. Podem pensar. De onde você tira coragem? E eu tiro coragem do medo, do medo de errar, do medo de fracassar, do medo de decepcionar, do medo de perder, do medo de sofrer, do medo de ficar só. Tenho muitos medos pra colocar em pauta e provar que minha coragem vem de todos eles.
O meu diário vem me acompanhando. Há momentos que eu consigo relatar, pois consegui abrigo. E quando eu escrevo, as vezes é como se eu tivesse vivendo tudo de novo naquele momento, então, não consigo fazer como se fosse um relato e sim como uma narração do meu próprio conflito, conflito comigo mesma, com os soldados, com os pensamentos, com as pessoas que estão por perto. E quando eu escrevo com a mente mais tranquila e confiante eu consigo descrever a cena, como se eu pudesse explicar o ocorrido e mudar o final, parece que eu tenho controle de tudo e que estou segura e prazerosamente confiante, de que é possível!
Esse é o final do primeiro dia, eu não tenho forças, mas irei renová-las, durante essa noite. Essa luta é por vocês Amy e Ryan. Meu nome é Dayana Rangel e eu não vou perder essa guerra! Boa noite!
DIA 2
É bem difícil de me acostumar com isso. Trocar a cama quente por um espaço que seja perto de uma árvore com as raízes bem saltadas. E a única forma de conseguir ficar escondida é tentando manter-me ereta. Sem muitos movimentos. E são nessas horas que você tem a ligeira sensação de que por mais seguro que eu pensei estar, não, eu não estou. Estou a mercê do acaso, contando apenas com a minha própria astúcia. Não é só questão de força, de coragem, tem que ter um senso de inteligência e estratégia, porque não é fácil ficar se esquivando dos outros familiares e ao mesmo tempo, tendo que ser imperceptível aos soldados.
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O diário de Dayana Rangel
RomanceDayana não tem medo de lutar pelos seus irmãos, uma luta árdua, onde corre sérios riscos de não sair viva, mas nesse momento, que parecia ser a pior fase da sua vida, ela acaba encontrando um grande amor. O que fazer? Continuar? Desistir? Veremos!