Cupid

2- Agreement

HARRY

- Espera, você tem certeza que não usou drogas?

- Liam, é sério.

Estava na cafeteria da esquina, onde eu trabalho pela manhã, conversando com o Liam, que por sinal já estava me estressando, mas não posso o culpar, no lugar dele eu também não acreditaria.

- Então fala devagar, Harry, pra ver se eu consigo digerir isso.

- Ele é a porra de um cupido, pelo menos é o que ele disse, é loucura, eu sei, mas como ele poderia desaparecer do... espera, você está me gravando?

- Hm? - Liam estava com um telefone nas mãos, apontando pra mim, enquanto olhava a tela.

- Você é um idiota.

- Desculpa Harry, mas eu tenho que mostrar pro Zayn, ele anda tão estressado, seria bom algumas risadas.

- Cara, você é um idiota. O que o Zayn tem?

- Acho que é a faculdade, ele sempre se esforça ao máximo, e isso exige muito dele.

- Ou você não está comendo ele direito? - Dei um murro fraco no braço dele.

- Claro que eu estou, quer ir lá em casa ver?

- Cala a boca. - Rimos juntos.

Liam, além de colega de trabalho, era um irmão pra mim.

- Temos clinte, vai que é sua - Liam disse, após escutarmos o sino da porta.

Caminhei pra fora da cozinha onde estávamos, e vi alguém sentado de costas, eu tinha a impressão de que já tinha visto essa cena, não pode ser, não mesmo.

- Posso ajudar?

Ele virou o rosto, era ele, a criança, o cupido, o demônio da minha vida.

- Se você se matasse ajudaria.

Ah, o deboche.

- O que você está fazendo aqui?

- Infelizmente, tenho que fazer o meu trabalho.

- Eu não entendo.

- É claro que não entende, Harry, sua inteligência é limitada.

- Você poderia parar com essas piadinhas sobre mim.

- Ou o que? Vai chamar a polícia pra mim? - Disse se levantando.

- C-como você...

- Como eu sei? Ah, não subestime um anjo. - Ele ficou bem próximo à mim, eu sentia sua respiração no meu rosto. - Olha, eu realmente não gosto de você, mas isso tem que ser feito, vamos conversar na sua casa, te espero quando você chegar da faculdade.

- Como você sabe?

- Eu sou um anjo. - Disse com um sorriso nos lábios - Você poderia pegar um chá pra mim? da sua escolha, obrigado. - Disse se sentando.

Voltei meio tonto pra cozinha, fiz o chá, ignorando Liam quando ele perguntou quem era, caminhei pra fora para encontrar o garoto novamente e ele não estava mais lá. ótimo.

             

                             ///////

Sai rumo á minha casa, pensando em mil coisas pra falar com aquele garoto, mesmo que, provavelmente, na hora de falar, eu esqueça tudo.
Chegando na porta, percebi que a luz estava acesa, o que significava que ele já estava dentro da minha casa. Folgado.
Abri a porta e lá estava ele, sentado no sofá lendo um dos meus livros.
Olhando assim ele parece tão sereno, só parece.

- Oi Harry. - Ele disse, me assustando um pouco.

- Oi, não sei seu nome.

- É Louis.

- Anjos tem nomes de origem francesa agora? - Resmungo.

- Ha-ha, mas não estamos aqui pra discutir sobre meu lindo nome, estamos aqui pra falar da sua vida, em particular, a amorosa.

- Eu não tenho.

- Então vamos trabalhar pra ter.

- Eu não quero.

- Então vamos trabalhar pra querer, olha, rimou

- Quem é o palhaço agora?

- Você. Harry, ninguém assume que quer alguém, e se eu fui mandado pra cá é porque o grande decidiu que você precisa sim de alguém.

- Quem é o grande?

- Eu que não sou.

Ri.

- Piadas relacionadas á mim você ri.

- Não foi uma piada, é total verdade.

- Cala a boca, idiota.

- Escuta Louis, se eu disser que não quero e não preciso de uma vida amorosa, você vai embora da minha casa e nunca mais aparece na minha vida?

- Na verdade não, eu fico e arrumo uma namorada pra você do mesmo jeito.

- Namorado.

- Que?

- Eu sou gay.

- Que seja, namorado, então, só resta pra você aceitar e deixar o meu trabalho muito mais divertido.

- Já que eu não tenho escolhas, eu aceito - Respirei fundo.

- Ótimo - Ele sorriu, estalou os dedos e apareceu uma mala do seu lado.

- O que é isso?

- Uma mala, óbvio.

- Eu sei o que é, mas...

- Porque eu vou morar com você, espertinho.

- Para de me interromper.

- Desculpa.

- Eu mereço.

- Seremos bons inimigos - Ele chegou perto de mim, e estendeu a mão, eu entendi que era para aperta-lá, então apertei, ele me puxou e pulou nas minhas costas.

- Me leva pra tomar banho, Sr. Styles.