Bom, meu nome é Bruna, eu como toda adolescente na sua fase de puberdade, tive algumas desilusões amorosas, o que me tornou um pouco solitária e individualista, o fato de eu não conseguir mais assimilar confiança com amor nas pessoas, me deixou assim, não considero isso ruim, ser assim evitou com que eu quebrasse a cara de novo.
Desde a última vez que sai de um relacionamento, tenho me envolvido com pessoas tão fúteis quanto minhas próprias intenções, era um modo que eu tinha para fugir da realidade, sonhava com o dia que eu voltaria a confiar em alguém e voltar a me apaixonar, mas claro, que fosse recíproco. Bom, tenho que confessar que algumas vezes eu fui uma pessoa ruim, eu menti, iludi, bom, pra resumir, tentei forçar sentimentos por algumas pessoas e acabei magoando elas pois não consegui criar sentimento algum, muita das vezes resolvi me afastar dessas pessoas, dando assim a entender que eu só queria me aproveitar da boa vontade das pessoas em tentar me fazer bem, e bom, eu confesso que eu no lugar delas pensaria a mesma coisa.
Depois do término do meu último relacionamento, resolvi baixar alguns aplicativos para conhecer pessoas novas, tinha intenções de esquecer toda mágoa que eu carregava dentro de mim, de certo, algumas vezes isso funcionou, confesso. Uma certa vez eu estava em um aplicativo e um garoto trans me chamou, ele se chamava Sky, bom, era o que dizia o aplicativo, ele pediu meu número depois de alguns minutos de conversa, apesar de eu ter passado, não me interessei muito em puxar assunto após isso, segui com minha vida como sempre fiz, era só mais uma pessoa que não tinha chamado minha atenção, bom, isso era o que eu pensei logo de cara.
Alguns meses se passaram, e eu havia perdido aquele meu número antigo, de certo, Sky não tinha mais meu número novo e confesso, não me importava com isso, mas voltei para meu número antigo e foi questão de dias para ele me chamar, foi interessante o jeito que aquilo me surpreendeu e me fez sentir algo estranho, podia ser expectativa por algo novo, deduzi eu.
Alguns dias se passaram e então eu resolvi chamar, "casa comigo" disse eu, brincando, ele prontamente respondeu "sim". Confesso que fiquei feliz, mas mesmo com essas coisas acontecendo, o que pra mim era bem estranho, acreditei que fosse só mais uma das vezes que me enganei achando que estava gostando de alguém, ignorei.Ele passou a me chamar sempre, eu também, claro, gostava de passar horas jogando conversa fora, eram muitos assuntos aleatórios, até que ele me disse que fazia teatro, o que me alegrou bastante pois quando eu era pequena também fiz algumas peças de teatro, e sonhava em ser atriz, alguém com o mesmo sonho que eu me fez gostar ainda mais dele, sim, eu me apeguei.
Após dias conversando direto, tive que ir visitar minha vó, estava longe dele mas meu pensamento era sempre próximo, ainda assim conversamos por horas, nem com minha família que eu não via há meses eu consegui deixar ele de lado. Quando voltei para minha cidade, fui para o centro e avisei ele, bom, ele estava ali perto com uns amigos e pediu para que eu fosse lá para o conhecer pessoalmente, fiquei com as pernas bambas, mãos frias e senti borboletas na barriga, só de pensar no fato de ver ele de perto, pedi para um primo meu que morava ali perto para que fosse comigo ver ele, ele prontamente disse que sim, então fomos.
Cheguei no local combinado e procurei ele entre diversas pessoas que ali estavam, até que vi ele vindo até mim com os amigos dele, eu não sei descrever o que senti ao ver aquele menino bem ali, na minha frente, era sensação de euforia, felicidade, ansiedade, paixão e compulsão ao mesmo tempo, disfarcei tudo isso muito bem com minha timidez, mas confesso que minha vontade era de pular em cima dele e ter perguntado por quê ele demorou tanto para entrar na minha vida, de certo eu saberia a resposta, na verdade logo de início eu que impedia que ele entrasse pois se quer o dava atenção, mas sentir tudo aquilo de novo por alguém me fez repensar em alguns conceitos que adquiri após todas minhas decepções, o amor não era algo tão fútil assim.
Ele ter entrado na minha vida me fez entender porque não dei certo com nenhum outro alguém antes, não era pra ser, eu precisei aprender algumas coisas com outros relacionamentos desastrosos para que nesse eu fosse a melhor pessoa que ele poderia ter ao lado dele, mas ainda era muito cedo para que eu pensasse assim. Senti medo do sentimento que crescia dentro de mim, medo por não saber se era recíproco ou se não era só mais uma das minhas inúmeras decepções amorosas.
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O garoto do teatro
Non-Fiction"Eu não amo você, eu amo a sensação que você causa em mim." Estaria mesmo certo esse modo de ver um romance? Como algo supérfluo, sem utilidade e até sem valor moral.. Acompanhe essa história e de fato veja como até as nossas maiores certezas podem...