Roses for my Valentine

O Dia em que te conheci

    "Fui infeliz por muitos anos, mas o seu amor dói mais que qualquer coração partido"

     Era uma tarde de domingo. Eu estava deitado no gramado de um campo deserto e distante sentindo a brisa bagunçando meus cabelos e o Sol aquecendo minha alma, quando uma sombra tomou conta da minha paz. Seus lindos cabelos negros dançavam a favor do vento. Seu perfume não se diferenciava do aroma das flores. Era a mais linda Deusa se materializando sobre mim.
     Acordei de meu lindo sonho com um estrondo vindo do meu quintal. A noite era tão fria quanto meu coração, mas que agora, se aquecia com a dúvida e a linda imagem daquela musa que invadiu minha mente. Apesar do escuro que cega meus olhos, avistei uma caminhonete humilde e enferrujada estacionada próxima a uma árvore a alguns metros de minha cabana com o farol ligado. Vesti meu roupão e caminhei descalço pela grama molhada, a caminho do desconhecido e da incerteza. Ao me aproximar, senti um arrepio na espinha e tive uma breve sensação. Era como se aquela cena já tivesse acontecido. Talvez em meus sonhos? Talvez em outra vida? Era uma energia paranormal que emergia daquela caminhonete mas, ao mesmo tempo, calorosa tal como um abraço de uma mãe barroca. Me aproximei e logo senti meu coração desgovernado, assim que vi a musa de meus sonhos. Passei minhas mãos pela lataria da caminhonete e abri a porta bem devagar. Sua testa sangrava, assim como meu coração. Lhe peguei em meus braços e a deitei sobre minha cama, limpando suas feridas e aquecendo-a com uma simples vela branca na cabeceira de minha cama. Seu rosto era pálido e sua expressão serena. Como se ela estivesse descansando em paz. A cobri e caminhei até a sala, deixando-a sozinha no quarto. Na churrasqueira, agradeci a Virgem Maria pelo belo presente que ela me dera. O amor. Puro e verdadeiro. Nascido de um sonho. Predestinado a mim, apesar de um velho humilde, simples e trabalhador.