Capítulo Um

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Oi pessoal, este é o meu primeiro livro, Espero que gostem.
Tenho que agradecer a Mari pela correção dos capítulos. ❤

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CAPÍTULO 1
Elizabeth Rodrigues

- Está bem, mamãe, eu vou. Já entendi.

- Elizabeth Rodrigues eu quero ao menos saber o nome do meu genro misterioso.- ela diz em tom de repreensão.

- Fique calma mamãe, no momento certo vocês vão saber tudo sobre meu noivo. Agora preciso desligar, tenho uma ocorrência para atender. Beijos, amo você e o papai. - digo, desligando o telefone para não dar tempo para ela reclamar do meu trabalho, como de costume.

Meus pais sempre foram assim, preocupados comigo. Ser filha única tem seu lado positivo, mas também tem um lado negativo. Ao mesmo tempo em que sempre tive a dedicação deles voltada inteiramente para mim, todas as preocupações e as cobranças também tinham o mesmo foco: eu. Minha mãe, professora aposentada, sempre exigiu demais quando o assunto era escola e estudos. Foi por causa dela que tive uma educação de excelência, uma vez que eu era bolsista na escola na qual ela trabalhava. Já meu pai, dono de uma lanchonete de bairro, me levava para passeios de pai e filho. Acho que ele nunca se conformou com a ideia de eu ter nascido menina. Nós sempre íamos assistir a jogos de futebol no estádio. Foi ele quem me apresentou ao MMA, esporte que assisto com regularidade, e quem me ensinou a atirar.

- Noivo? A Tenente Rodrigues noiva, essa é nova. - o sargento Lima caçoa de mim e cai no riso.

Não posso dizer que tive a infância mais comum de todas. Afinal, nunca fui o tipo de menina que se preocupava com namorados e vestidos novos. Por influência do meu pai, não ganhava bonecas no Natal. Tinha os melhores skates, patins e bicicletas. Minha mãe, por sua vez, achava que as meninas não deveriam possuir, exclusivamente, itens femininos. E foi assim que eu cresci: a verdadeira menina-moleque. E acho que é esse tipo de comportamento que faz com que Júlio duvide do fato de eu ter um noivo. Posso estar errada e colocando pensamentos na mente alheia, mas sei que não sou um ícone da feminilidade e da típica namorada. Quanto mais noiva.

- Qual o problema? Não acredita?- pergunto me levantando da cadeira e tento parecer autoconfiante.

- Claro que não! Nem anel você tem. - ele me lembra e eu sento de novo.

- Merda, me esqueci disso.- Ele começa a rir.

- Problemas com a família?- Me limito em apenas balançar a cabeça positivamente. - Posso dar minha opinião? - Olho para o moreno que está em pé na minha frente: olhos pretos, careca, dentes perfeitamente retos e brancos, porém seu corpo já não é mais tão atlético como há anos atrás, já que atualmente ele está com alguns quilinhos a mais, frutos de várias pizzas e cervejas.

-Mesmo se eu disser que não, sei que você irá falar. - Ele ri e se senta ao meu lado - Agora você tem duas opções: ou arruma um noivo de mentira e depois dessa ocasião importante você inventa que terminou com ele, ou simplesmente pode dizer que nunca existiu noivo nenhum.
- Tem uma terceira opção? - quero saber, sem muito entusiasmo. Olho para os lados, prestando atenção nas mesmas coisas de todos os dias.

A saleta que divido com Júlio, meu parceiro, e com vários outros policiais é pequena e com apenas alguns lugares para podermos sentar. No canto da esquerda, abaixo da janela, tem um sofá preto e surrado. É lá onde normalmente sento quando quero descansar um pouco. A sala comunal no segundo andar do batalhão é como se fosse minha segunda casa. Seu cheiro é familiar, as rachaduras nas paredes também são. Até os sons que vêm do outro lado da porta fazem com que eu me sinta confortável.

- Não, não tem. - ele responde secamente, fazendo com que eu saia do meu transe.

- Não sei o que vou fazer. - ele ri um pouco da minha situação trágica. - É sério Júlio, não sei mais o que fazer, meus pais colocam muita pressão em cima de mim querendo que eu forme uma família.

- É normal que eles queiram isso. Eu vejo por mim, meu filho mais velho deve ter sua idade e meu sonho é que ele me dê um neto. - ele diz sorrindo.

- Me empresta seu filho?- peço como se eu estivesse pedindo a caneta, que está presa na roupa dele, emprestada.

Tudo Pode Ser VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora