Tudo Pode Ser Verdade

Capítulo Três

Théo Cavalcante

Sentado na minha sala fico pensando o que eu tenho para fazer no final de semana e após olhar o Simba deitado com a minha cachorra, automaticamente eu me lembro da dona dele. Elizabeth é uma mulher muito atraente.
O que será que pode acontecer nesse final de semana? Qual o problema de eu ir? É apenas um final de semana, vai ser divertido. Me levanto e saio do meu apartamento vou direto ao uma joalheria que tem perto da minha casa, ela é cara, mas como sempre economizo muito dinheiro, eu posso gastar.
Ao entrar vejo o quão elegante é a loja, as atendes estão com vestidos preto e cabelos soltos, bem maquiadas e de salto alto. A loja é com cores branco e um rosa bem claro, todos os detalhes de gesso me chamam a atenção, tudo muito bem limpo, e conservado.
Uma mulher loira vem até a mim.
- Boa noite Senhor, mas já vamos fechar. - Ela me informa.
- Vai ser rápido.
- Tudo bem! O que o senhor deseja?
- Anel de noivado.- Digo e ela sorri e me indica um lugar para sentar, olhando os anéis femininos um me chama a atenção, prata com um brilhante vermelho, não muito grande, mas não passa despercebido por ninguém, o par masculino deste anel é prata e a aliança é grossa.
- Vou querer essas.- Aviso e ela sorri.

Depois de comprar, vou até minha casa e preparo minha mala, viu descansar porque vai ser longo meu dia.

Ao acordar tomo meu banho, tomo café e vou direto para o apartamento da Liz.
************
No meio da viagem eu começo a perceber que loucura foi essa que eu me meti, estou dentro de um carro com a policial que mandou um bandido dar um tiro em mim, indo para casa dos pais dela.
Elizabeth é uma mulher muito bonita, loira, cabelos lisos, olhos castanhos e com o corpo que chama a atenção.

Ela parece ser bem atrapalhada, mas não é má pessoa.

**********

Ao chegar no sítio dos pais dela fiquei bem surpreso. Eu esperava um sítio pequeno e simples, mas não, o sítio é enorme. Pelo o que dá para ver, tem uma quadra, uma piscina, um campo de futebol e cavalos também.

Os olhos de Liz são as únicas coisas que ela puxou de Mariana, que é uma mulher bonita e não aparenta ter a idade que tem. Quando se olha para o pai da Liz, o senhor Carlos você percebe que ela é uma cópia perfeita dele, menos os olhos é claro.

Ao entrar na casa, senti que é um lugar bem rústico. As escadas são de madeira; tudo que poderia ser de madeira é.

Enquanto Mariana e Liz foram para a cozinha, Carlos me chamou para conversar. Fomos para a varanda na parte de trás da casa onde tinha uma árvore grande com um balanço de pneu.

Nós sentamos nos bancos.

- Então Theo, fale me sobre você - Carlos disse e eu me senti um pouco amedrontado pelo olhar dele.

- Tenho 35 anos, moro sozinho e no mesmo prédio que a Liz,  sou médico, tenho uma cachorra e o gato da Liz vive invadindo a minha casa. - Carlos começa a rir.

- O Simba é um gato muito manso, ele se dá bem com sua cachorra?

Eu começo a rir - Ele é sim - confirmo sobre o gato - Eu usei ele como desculpa falar com a Liz - conto, me lembrando de quando eu tomei coragem para falar com ela.

- Mas vocês não se conheceram no hospital?- Ele me pergunta enquanto olha para o seu relógio de pulso.

- Sim, mas eu não a conhecia formalmente e nem nunca havíamos sido apresentados.

- E a história do gato funcionou?

- Muito. Tanto que hoje estamos noivos - digo com tanta convicção que eu quase acredito na mentira. Carlos sorri em satisfação e eu me sinto um pouco mal por não estar sendo completamente honesto.