Prólogo

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O homem alto ligou a câmera, e sorriu para Evelyn. Seu sorriso e seu olhar eram sombrios, expondo o tamanho de sua culpa e o quanto essa culpa o deixava satisfeito.

— Muito bem — Ele disse, com a voz grave rasgando o silêncio daquele quarto — Vou deixar a câmera aqui. Pode começar a falar.

Evelyn não disse nada. Apenas continuou a encarar o chão, sem poder se mover por conta das cordas em volta de seu corpo.

O homem suspirou e fez uma careta. Andou até a jovem e segurou o rosto dela, fazendo seus olhares se encontrarem. Ele sorriu, seu doce sorriso maligno, antes de acertar um soco no rosto de Evelyn. Ela certamente teria caído ao chão, mas seu corpo estava muito bem preso naquela cadeira fria.

— Você quer que eu saia? — o homem perguntou, com uma falsa voz preocupada — Tudo bem. Lembre-se que o mundo inteiro vai ver isso...

— Que mundo? — Evelyn gritou, chorando e esperneando, tentando se livrar das cordas. — Que mundo? Você destruiu tudo! Você destruiu Tudo! Você destruiu tudo! Você destruiu Tudo! Você destruiu tudo! Você destruiu Tudo! Você... Você não... Não...

O homem gargalhou e saiu do quarto, acenando para Evelyn que continuava a gritar e a chorar.

Ele bateu a porta e a jovem encarou a câmera. Ela não sabia se seus amigos estavam mortos, nem sabia se podia acreditar que alguém estava vendo seu desespero. Ela soluçou um pouco mais e sorriu, um sorriso fraco e falso.

— Ainda me lembro do dia em que conheci aqueles garotos. Eles eram tão jovens, cheios de vida, divertidos... Eu não aceito o que aconteceu... Não deveria ser assim! Não podia... Eu estava feliz. Eles estavam felizes...

Ela soluçou um pouco mais e começou a contar sua história.

— Meu nome é Evelyn. Eu perdi tudo que um dia eu acreditei que fosse durar pra sempre.

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