Lena não odiava o natal, muito longe disso até por que ela amava a neve e os suéteres de renas que podia usar dentro de casa. Amava também as roupinhas vermelhas e verdes que conseguia comprar para colocar em Luce, sua cachorrinha.
Porém, ao contrário da maioria das pessoas – todas que conhecia, Lena não tinha apego à data, pois nunca havia comemorado com sua família, tampouco havia sido convidada a casa de algum amigo da escola – nunca teve nenhum de verdade, sua família não durou muito tempo e pelo tempo que durou ignoraram o natal como qualquer grupo de supervilões provavelmente faria. Quando saiu da sua sala perto das oito da noite encontrou sua secretária com um olhar desesperado que ela tentou disfarçar quando viu que Lena estava ali.
– Você está bem? – Lena perguntou parando junto à mesa, e então viu a touca vermelha pendurada pela bolsa da mulher, percebendo que havia se esquecido completamente. – Me desculpa Hilary, de verdade, eu esqueci completamente sobre o natal... Porra!
– Não tem necessidade disso, Sra. Lena... – Lena não apreciava muito ser chamada de Luthor.
– É claro que tem, Hilary, eu deveria ter me atentado ao horário. Não pretendia de forma alguma te fazer perder algo, bom... Eu vou te levar até lá pra que não perca ainda mais tempo e eu te garanto que vou acrescentar um bônus por esse transtorno. – Lena disse alto enquanto voltava à sua sala para pegar sua jaqueta e chaves do carro. – Espero não ter arruinado seu feriado.
– De forma alguma... Nós só começamos a ceia mais tarde e os presentes... Eles estão me esperando. – Hilary falou com certa timidez o que fez Lena se sentir pior ainda, ela não era uma chefe intima com seus funcionários, bem como não era com quase ninguém... Exceto Kara Danvers, mas não queria de forma alguma ser um monstro e eliminava todas as mínimas possibilidades de ser sempre que encontrava alguma brecha.
Depois de deixar Hilary em sua casa completamente iluminada e super enfeitada com direito a bonecos de neve ela fez uma ligação a seu confeiteiro favorito e encomendou com urgência dois centos do biscoito amanteigado (que ela mesma havia comprado para si) só que em formato natalino para que ele enviasse no outro dia cedo para a casa de Hilary como uma retratação. E então quando chegou a sua própria casa completamente apagada com direito somente à neve acumulada no banco de seu quintal ela abriu a porta com cuidado e teve sua grande recepção de Luce que estava mais adorável do que nunca com sua roupinha vermelha especial de natal.
– Você sentiu falta da mamãe? – Lena perguntou fazendo sua voz que ninguém jamais esperava dela, mas que fazia Kara sorrir por tanto tempo sempre que a pegava falando desse jeito com Luce.
Kara havia encontrado Luce, numa das madrugadas que havia virado na casa de Lena tomando vinho e fingindo ver qualquer filme enquanto passavam horas e horas conversando, houve uma gritaria na rua, coisa muito difícil de acontecer, Kara havia dormido meia hora antes e Lena terminava de assistir o filme mais lindo que já havia escolhido para ver e aquilo acontecia provavelmente, pois o vinho havia subido e Kara dormia com sua cabeça encostada em seu ombro e suas mãos envolviam com delicadeza seu braço, como se tivesse qualquer sensação de segurança por estar ali. Sim, era idiotice pensar que ela causaria qualquer sensação de segurança para a Supergirl, mas se permitiu se sentir daquela forma.
Kara acordou num pulo e sondou Lena como que garantindo que ela estava bem, e então saiu porta a fora pedindo para que Lena aguardasse, Lena correu para a janela e viu Kara brigar com um homem na rua e então torcer seu braço, depois lhe dar um soco que pareceu moderado no rosto, depois que o homem se virou e saiu correndo Kara voltou para dentro com pressa carregando algo enrolado em sua blusa. Era Luce.
Ela estava com uma patinha quebrada e parecia em uma dor terrível, a veterinária amiga de Kara chegou tão rápido como se estivesse só esperando por aquela ligação, Lena estava terrivelmente preocupada com Luce que até aquele momento ainda se chamava "cachorrinha", mas assim que a linda veterinária com seu cabelo cacheado enorme e extra cheiroso foi embora e a cachorrinha dormia tranquila nas suas cobertas favoritas da Yves Delorme que havia comprado inclusive em um passeio que fizera com Kara alguns meses antes em Paris, ela sentiu uma pontada de ciúmes incabível pelo modo como a veterinária olhava para Kara e como havia dito para que ela mandasse mais mensagens e "aparecesse mais", Kara agora estava acordada voltando o filme onde Lena havia parado e a morena precisava se controlar um pouco mais para não ficar tão descaradamente admirando o modo como, por exemplo, as mechas do cabelo de Kara se comportavam tão naturalmente bem e tinham um dos movimentos mais lindos que ela já havia presenciado no cabelo de qualquer pessoa.
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Nothing feels like you - SUPERCORP
FanfictionOnde Lena está passando o natal sozinha.