Um novo rumo

Capítulo 3

 ''Aqui estou eu de novo, no mesmo senário que vi há algumas horas atrás, o carro está no mesmo lugar, mas desta vez a rua esta deserta, andei até o carro e vi alguém ferido no interior do carro, pude notar um papel colado ao volante do carro, ''você não pôde fazer nada, sua inútil, a culpa é sua. '' Não entendi porque a culpa era minha, mas não me preocupei com isso, tentei socorrer quem estava ferido no interior do carro, não conseguia ver o rosto, tentei acordar a pessoa, ela estava fria, não estava morta, mas parecia não está ali, parecia não me ouvir... ''

Acordei subitamente com o alarme tocando, eu estava morrendo de dor de cabeça (acho que por culpa da cerveja que tomei ontem), me levantei e fui correndo para o banho, optei por um banho gelado o mais gelado possível, a Flórida acordou mais quente que nunca, será que aqui nunca faz frio? Nunca chove? Vou começar a fazer o ritual da chuva pra ver se o tempo por aqui começa a esfriar. Sai do banho e ainda estava morrendo de dor de cabeça, coloquei uma calça jeans preta e uma camiseta branca listrada e uma botinha, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e puxei a mochila que estava jogada no canto do meu criado-mudo, desci as pressas para cozinha, eu precisava muito de uma xicara de café amargo. Cheguei à cozinha e meus pais estavam à mesa comendo suas torradas e frutas matinais, sentei-me com eles, mas desta vez peguei uma xicara de café e não coloquei açúcar, pra complementar peguei uma fatia de bolo e aos poucos fui comendo-a.

- bom dia querida, o que aconteceu pra você tomar café há esta hora? – meu pai perguntou ao mesmo tempo em que me encarava como se soubesse o que eu tinha feito ontem.

- dor de cabeça pai, tive um sonho terrível e acordei morrendo de dor de cabeça. – não menti de fato, sei que a dor de cabeça não é culpa do sonho e sim da cerveja, mas tive um sonho horrível mesmo.

- um sonho? Tem certeza? Pela hora que você chegou e pelo jeito que subiu sem dar satisfações devo dizer que fico com algumas coisas em mente, saiu com amigos novos, chegou tarde, fugiu de perguntas... Não aconteceu nada que queira nos contar? – ele falou e eu revirei os olhos e respirei fundo.

- se tá insinuando que eu bebi ou que fiz algo errado ontem pai, eu não fiz, só sai com uns amigos e há dias tenho tido pesadelos, então isso está afetando tanto meu humor quanto meu cérebro, desculpa pai. – tomei meu café de uma só vez e me levantei saindo da cozinha. – mãe, vou ir andando hoje, não precisa me esperar, beijos, até mais tarde.

Que droga, nunca tinha agido desse jeito com eles, é agora mesmo que eles vão achar que fiz algo errado ontem, que saco Jess, você não deveria ter bebido tanto ontem, a ressaca me deixou muito chata.

Fui o caminho todo me lamentando pelo jeito que agi com eles e notando como as coisas que fiz ontem pareciam erradas hoje, às vezes eu acho que tenho que parar de agir por impulso, sei que na hora pode parecer o melhor a ser feito, mas hoje vejo que isso não vai ser tão bom quanto parecia, enfim, será que devo dá alguma importância a essa sequencia de sonhos que tenho tido? Ou a origem dessa continuação foi o medo dele e a cerveja fez com que ele ressurgisse pra me atormentar? Às vezes tenho medo dos sonhos, eles costumam perturbar a mente e até mesmo a alma, mas algumas vezes eles são mais que isto, são avisos de algo que ainda está por vir.

- ei, Jess, espera. – de repente ouço alguém me chamar e paro de pensar em tudo que me atormenta pra tentar ver de onde vem essa voz, me recordo dela, mas não lembro que é talvez seja culpa da ressaca ou coisa do tipo, eu realmente não sei. Virei-me e vi Alaric vindo ao meu encontro.

- oi Ric, tudo bem? – sorri e o abracei assim que ele chegou perto o suficiente pra isso

- Eu estou bem, mas e você? Está com uma cara péssima. – ele sorriu e colocou a mão na minha cintura e caminhamos assim por um tempo, fiquei meio incomodada, mas não tive coragem de falar isso a ele.