S.O.S.

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Por alguns segundos, permaneceu apenas com pensamentos aleatórios, como sempre fazia ao acordar. Esfregando seus olhos com força, na tentativa de acordar por completo, Yerin lembrava-se de memórias que por um curto tempo, achou que fossem apenas um sonho, porém, ao recuperar sua consciência, começou a lembrar detalhadamente de tudo. Nada havia sido apenas um sonho e isso a deixou frustrada.

Lembrava-se perfeitamente do pequeno acidente na sala de aula, da terrível aula extra, que infelizmente teria que repetir no fim de cada aula a partir dali, como modo de tortura ou de aprendizado, Yerin não sabia diferenciar. Lembrava-se de sua explosão hormonal com SinB no banheiro e como fora dispensada pela mesma. E o pior de tudo, lembrava-se que, assim como tivera visto a calcinha de sua professora de matemática, a mesma também havia visto a sua, além de suas pernas completamente nuas, e, isso a deixava em dúvidas sobre para qual país ela se mudaria após esse dia.

Como um ato de costume, antes mesmo de fazer qualquer outra coisa, Yerin rolou na cama e esticou seu braço para pegar seu celular na escrivaninha para conferir se havia alguma mensagem e, se não houvesse, aproveitaria para ver a hora e calcular seu tempo livre antes de ir para a "prisão" a qual costumava chamar de escola.

E para sua surpresa, haviam mais mensagens do que o esperado, que normalmente eram mensagens no grupo idiota da familia, imagens e gifs de suas tias com mensagens de 'Bom dia'. Haviam mensagens de SinB, que, por um milagre, havia acordado antes de Yerin, de Umji, e, para a maior surpresa, da pessoa de quem menos esperava uma mensagem àquela hora da manhã.

(Mensagem)

Srta. Medusa: Bom dia, Yerin! Não tive tempo de dizer o quanto progredimos ontem, então apenas queria lhe avisar sobre o grande passo que demos.
Se alimente bem e se cuide. Vejo você na escola.

* * *

Ao ler, Yerin entrou em um pequeno estado de choque. A conversa das duas no dia anterior realmente rendeu bastante, mas Yerin não havia percebido ainda as coisas que ainda se lembrava sobre a matéria que estudara, então, ao pensar um pouco, lembrou-se e espantou-se por tudo aquilo ainda estar em sua cabeça. Então, a felicidade tomou conta da mente e do corpo de Yerin, que levantou-se rapidamente da cama, ainda visualizando a mensagem e relendo-a em sua cabeça por um bom tempo, tentando acreditar no que havia acontecido. Sua própria professora havia admitido um progresso e ela sabia que era verdade. Isso a fez esquecer até mesmo as tragédias do dia anterior.

Então, prontamente foi ao banheiro, cumprir suas necessidades diárias, escovando os dentes e tomando um calmo e relaxante banho. Assim, aprontou-se para tomar café da manhã e finalmente saiu do quarto e dirigiu-se à sala de jantar, onde sua mãe e seu pai já estavam acomodados e se alimentando.

— Bom dia, Yerin. - cumprimenta seu pai, recebendo apenas um aceno com a cabeça de Yerin como resposta.

— Por mais que você continue com essa educação deplorável, você me parece feliz hoje. - murmurou, enquanto via sua filha sentar-se à mesa e começar a se servir.

— Seu pai tem razão, minha filha. Aconteceu algo bom esses dias? Você não tem falado muito sobre o que acontece na sua vida. - disse sua mãe.

— Não aconteceu nada demais, só estou de bom humor. - respondeu friamente.

— Tem certeza? Como eu disse, você não tem falado muito sobre sua vida. - pronunciou sua mãe.

— Não sei se perceberam, mas eu não falo sobre minha vida com vocês desde que tinha 15 anos. - respondeu, mais uma vez em tom frio.

— As vezes você é bem fria, Yerin. - comentou sua mãe, recebendo total silêncio em resposta, voltando a concentrar-se em seu café.

Tal comentário fez com que Yerin logo percebesse o quão fria acabou de ser com seus pais, mesmo num dia em que estava um tanto feliz, fazendo-a logo lembrar e se comparar à Yuju em sua aula. Não que achasse que seus pais não mereciam tal frieza, afinal, os mesmos foram frios com ela quando mais precisou deles.

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