Capítulo único - Não sou eu...

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E apenas seguraria suas mãos se seu olhar se voltasse para os meus vez ou outra... Ou quando você simplesmente desse por minha existência, mas tudo o que você vê e pensa não sou eu e sim ele...

Existe uma diferença corporal e até uma diferença no tom de voz... Então porque você continua nos confundindo, porque continua chamando o nome dele e não o meu? Só gostaria de entender o motivo de você chorar por ele e se agarrar a mim. Você sussurrou o nome dele e partiu meu coração pela milionésima vez e nem deve ter se dado conta.

Você sorriu e me tocou os lábios com os seus e quando o gemido que escapou de você me fez recuar, cair da cadeira e apenas ficar no chão, de qualquer jeito, lhe encarando. Não tive coragem de chorar... Ou talvez não tive a certeza de que era o certo a se fazer.

Quando você me ligou, gemeu o nome dele de modo choroso e me implorou para voltar, simplesmente desliguei o telefone e deixei meu corpo afundar sobre as águas gélidas da banheira. Não era eu. Nunca seria eu. Nunca seria você e isso seria o nosso eterno triangulo amoroso.

Nós não éramos conhecidos. E nem sei como acabei me enfiando nesse relacionamento complicado, onde ele vinha, te machucava e voltava para onde estava anteriormente... Longe de você.

Essa água nunca pareceu tão gélida. Sua voz nunca pareceu-me tão chorosa e tão melodiosa ao mesmo tempo. E você, tão linda e espetacular, parecia tão distante quanto o vidro do shampoo barato...

Sim, você estava tão longe.

E você estava tão próxima a ele que não conseguia me ver, me notar e acima de tudo, me amar de volta.

E por mais que tentasse lidar com isso, meu coração falhava ao notar que a porta de seu apartamento estava aberto, o local todo bagunçado... Bagunçado dele. Bagunçado do sexo que ele havia lhe dado... Bagunçado dos seus gemidos.

Bagunçado demais para mim.

E no meio dessa bagunça, nas águas gelidas de uma banheira barata, meu corpo se afundou e se rendeu pela ultima vez. Seu sorriso e seus lábios eram as últimas coisas que levaria... Mas mesmo ali, seus lábios sussurravam o nome dele.

O maldito nome dele.

Distante demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora