As Long As You're By My Side

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Niall

Eu acordei de manhã cedo, como é de costume em todo dia de natal. Não porque eu coloquei algum tipo de despertador. Existe algo mágico nesse dia que sempre faz eu me levantar cedo — e completamente desperto. Eu saí do quarto, encontrando-me no corredor, caminhando empolgado, mas não depressa, até alcançar a sala. Antes mesmo de entrar no cômodo, já consigo ver a luz forte e dourada que vem de lá.

Eu me lembro do primeiro natal que passei após a separação dos meus pais. Foi estranho acordar de manhã e ver apenas a minha mãe e irmão. O sentimento de completude que antes me preenchia rapidamente se transformou em um completo vazio. Ainda sim, era impossível não sentir um calafrio bom ao ver minha mão abrindo os braços para mim.

E, meu pai veio para almoçar conosco, e tudo parecia normal outra vez. Tudo parecia estar em seu devido lugar. Mas não estava. Era apenas um momento fugaz, que escapa como água entre os dedos, mas que deixa uma sensação boa; um "quê" de esperança.

Ainda sim, algo era constante em todo natal. O sentimento, a entrega, a harmonia, o gesto; sair do meu quarto de manhã cedo e encontrar minha mãe próximo a janela por onde entra a radiante luz dourada, tão forte que seu rosto se torna oculto e, mesmo assim, é possível perceber seu sorriso convidativo e seus olhos amorosos. Então, ela flexiona os joelhos e abre os braços em minha direção; e eu corro como uma criança para os portões do céu.

Isso acontece em todo natal desde quando consigo me lembrar. Mas, esse ano, isso não irá acontecer, pois não estou em casa. Acho que é por isso que, também, não acordo cedo. Na verdade, até acordo, mas tomo um susto por ver que estou em um porão e não no meu antigo quarto. Então, volto a dormir; e não faço questão de despertar por mais algumas horas.

Nunca tive tanta saudade de casa como estou tendo agora.

Já são quase onze horas da manhã quando sou despertado por Liam. Na verdade, eu já estava acordado, mas escolhi ficar deitado na cama. De repente, me bateu uma tristeza, mas sei que é por quê estou com saudade da minha família. Penso que se eu realmente quero vim morar pra cá, preciso me sacudir e deixar esse sentimento pra lá. Saudade, é claro que vou sentir, mas não posso deixar isso me vencer.

Sendo assim, levanto-me e consumo o que sobrou do café da manhã depois de um bom banho. Basicamente, o que vamos fazer hoje é almoçar junto com os vizinhos da casa diante da nossa, como eu já havia imaginado, e ir para a igreja depois, fazer uma ceia comunitária às dezoito horas e celebrar o aniversário de Jesus.

Karen me dá um abraço carinhoso, mas não se compara ao abraço da minha mãe. Geoff faz eu me sentir em casa, mas não é tão confortável quanto meu lar. Liam, Ruth e Nicola me entretem, mas não como meu irmão faz. É engraçado o quão saudoso estou.

Enquanto me arrumo para o almoço com os Tomlinson, escuto um som ecoando do meu tablet. Conheço bem esse som. É uma chamada dos meus pais. Eles disseram que iriam me ligar quando estivessem juntos. Bem, acho que essa é a hora.

"Mãe! Pai! Ei, Greg!" É impossível não deixar uma lagrima sair silenciosa ao vê-los.

"Heeeey!" Mamãe grita e acena. Meu irmão está sorrindo.

"Feliz natal, meu filho!" diz meu pai.

"Feliz natal!" Minha mãe está super empolgada. "Oh, como eu sinto sua falta, meu bem!"

"Eu também, mãe! Feliz natal, pessoal!"

"Feliz natal, irmãozinho!"

"Feliz natal, meu querido!!"

"Para onde está indo agora?" Meu irmão nota minha roupa social.

"Ah. Vamos almoçar com nossos vizinhos e aí vamos para a igreja!"

NIRRTY (Season 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora