Street Fighter V - After Five

Capítulo 1: Reencontro

 China – Um ano após a luta dos Street Fighters contra Bison.

22:30

Aquele caso se tornou um escândalo que o governo chinês fez de tudo para esconder, afinal, políticos estavam envolvidos. No entanto, ela não se intimidou. O caso envolvia criminosos estrangeiros também, mas por ironia do destino, tudo se resolveu em sua terra natal.

Em pé, de braços cruzados, Chun-li observava os homens da I.C.P.O. conduzirem as garotas que eram mantidas em cárcere e os criminosos que as agenciavam com o intuito não só de fazê-las trabalhar em bordéis, mas também de vendê-las para quem pagasse mais nos leilões. A fim de investigar tudo isso, Chun-li se apresentou como dona de bordéis pequenos no interior do país com o desejo de ampliar seu negócio. Para que seu disfarce fosse perfeito, trajava vestidos extremamente decotados, assim como as agentes que a auxiliavam quando um dos cafetões insistia em querer visitar os bordéis dos quais ela dizia ser dona.

Especialmente naquele dia de triunfo perante os criminosos, Chun-li trajava um vestido que ela veio a chamar de traje de batalha; era um vestido preto com detalhes dourados e incrivelmente decotado, que deixava as costas nuas e exibia bem as pernas fortes que ela tinha. Diferentes do comumente usados, seus cabelos estavam soltos com duas pequenas tranças nas laterais.

O homem que estava no comando dos criminosos encarou Chun-li enquanto era levado pelos oficiais. Parecia muito calmo para a situação na qual estava. Assim que Chun-li fez contato visual, ele riu e disse:

– Você acha que acabou? Acha que acabou com nosso negócio? Eu sou peixe pequeno. Você não viu nada ainda.

Chun-li descruzou os braços e ameaçou ir na direção dele, mas foi barrada por seu parceiro naquela investigação; ele se chamava Yin. Era um homem de estatura mediana com cabelos curtos, lisos, escuros e que exibia traços orientais leves, uma vez que era filho de um chinês e uma americana. Ele vestia roupas sociais e um casaco pesado que cobria o coldre peitoral que usava.

– Não entre na dele – ele disse. – Nós fizemos uma grande investigação e você se infiltrou no covil deles. Se existisse alguém acima dele no comando, nós saberíamos.

– Tem razão – ela disse, mordendo o lábio inferior, olhando para o chão, pensativa. A possibilidade de ter deixado algo passar a incomodou profundamente.

Ficou tão presa aos pensamentos que demorou a perceber que Yin a chamava. Ele segurava o casaco.

– Vista. Está esfriando – ele disse.

– Obrigada – ela sorriu e vestiu o casaco com a ajuda dele.

– Vai voltar conosco ou vai ficar com Li-fen? Ainda não acredito que ela fica bem sozinha em casa! – ele riu.

– Ela pode ser jovem... mas sabe se cuidar sozinha. Você sabe pelo que ela passou nas mãos de Bison e F.A.N.G. – Chun-li apertou o casaco ao corpo, pois realmente estava ficando frio.

– É... ela é uma menina forte. Forte como alguém que conheço – ele cruzou os braços. – Mas então... você vai para o escritório ou vai encontrar Li-fen?

– Eu vou para casa. Amanhã eu faço o relatório, tudo bem?

Os dois riram.

– Mas antes... eu vou dar uma caminhada. Quero pensar um pouco.

– Tudo bem. Só não vou dizer que isso é imprudente porque sei que pode se cuidar sozinha – Yin se despediu em seguida com um aceno. Recebendo o dela de volta, se foi com os outros.