Capítulo 11: Critical art

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 – Hmm... De roupão? Aposto que estava no maior dos amassos com a chinesa. Vai lá, cara! Coloca sua roupa porque a gente vai lutar. Esses clones só provaram que não podem te vencer e vão precisar de uma atualização.

Katsuo voltou seu rosto mascarado na direção de George, depois para Ryu novamente.

– Meu chefe vai ficar muito puto comigo por não ter deixado mais clones lutarem com você e aparecer aqui agora. Era para eu chegar no ponto de fuga deste lugar.

Katsuo tinha esperado os clones que o acompanhavam despertarem. Tão logo isso aconteceu, seguira com eles até o ponto seguro mais próximo. Lá ele se alimentou sem trocar uma palavra com os comparsas que ele julgava genéricos e descartáveis. Sua mente estava focada nas visitas. De início, seu trabalho era supervisionar os clones em teste contra Chun-li até ela chegar no ponto de fuga, isso se chegasse. Porém, com a presença de Ryu, viu sua grande chance de estrelar. Ele não era adepto da honestidade, então ficou pensando numa forma de levar Ryu a desejar uma luta fervorosa contra ele. A resposta estava na informação que lhe havia sido passada pelo celular. Chun-li era a motivação e ponto fraco de Ryu ao mesmo tempo.

Chun-li apareceu instantes depois e o ouviu dizer:

– Anda, Ryu! Vai colocar uma roupa, ou então eu tiro a dela – e apontou para Chun-li.

Ryu cerrou os punhos e se apressou na direção do interior da casa. Chun-li, do jeito que podia, foi atrás e entrou no quarto a tempo de vê-lo vestir apenas a parte de baixo das roupas. Não havia tempo para o pudor.

Quando ele foi passar por ela, Chun-li segurou seu braço.

– Sem raiva, Ryu – ela implorou.

– Não se preocupe. O Satsui no Hado não me ajudaria em nada agora. Eu não quero matá-lo. Quero derrotá-lo e fazê-lo ver que estou aqui para você – Ryu segurou o rosto de Chun-li e lhe beijou com vontade.

Deu um sorriso torto e correu para fora, deixando Chun-li paralisada, corada e dizendo:

– Nossa! Isso porque ele é todo certinho.

Ryu chegou do lado de fora e sentiu uma tensão entre George e Katsuo. Pelo menos por parte de George, pois o rosto de Katsuo estava oculto sob a máscara, o que incomodou o lutador.

– Tire essa máscara. Não há sentido em se esconder atrás de uma – Ryu apontou para Katsuo.

O mascarado ficou em silêncio, mas assim que Chun-li chegou usando sua camiseta e short, ele retirou sua falsa face. Ela até recuou um passo ao ver o rosto belo dele; recuou porque ele tinha o rosto de um anjo com a sede de um monstro, muito semelhante a Vega e seu sadismo. E como se lesse seus pensamentos, Katsuo disse:

– Já sei. Tá lembrando do espanhol, né? Mas eu não sou como ele que adora ver o sangue das mulheres. Das mulheres eu gosto de outra coisa – e lambeu os lábios. – Sangue eu vou arrancar de você, Ryu, até te matar. Aí a chinesa poderá ficar com o japonês aqui, afinal, esse seria o destino final dela.

Chun-li só conseguiu sentir nojo daquele homem e a vontade de encher a face dele de chutes. Jamais deixaria que ele a tocasse, mas naquele estado, como conseguiria se defender? A resposta estava na frente dela com um dos braços levantado na altura de seu coração. Chun-li sempre quis poder enfrentar suas próprias batalhas, mas algo de bom George conseguiu despertar nela em definitivo: aceitar que não é fraqueza ser protegida por alguém, mas sim confiança. E em Ryu ela confiava.

O lutador caminhou na direção de Katsuo e colocou-se na distância ideal para o início de uma luta. Katsuo, no entanto, era totalmente displicente. Nem assumir uma postura defensiva assumiu, ficando com as mãos nos bolsos. Mais um adversário que não contribuiria em nada para Ryu, mas que precisava ser derrotado. Katsuo o encarou por alguns instantes e, por fim, disse:

Street Fighter V - After FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora