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❝A primeira vez que eu te conheci foi em um museu, você era arte, como se pertencesse ali. Eu não sabia que você era um lifetimer.❞
Castiel estava meio sentado meio deitado no sofá, apenas com uma calça azul de pijama, um balde de pipoca em cima de seu torso e uma garrafa de suco em sua mão, seus olhos estavam presos diante do filme It's a Wonderful Life que decidira assistir, mas logo sua atenção foi desviada para a porta de frente, por onde seu irmão entrava e passava por ele com uma expressão triste e cansada.
"Você está se sentindo bem, Gabriel?" Perguntou, mas Gabriel o ignorou, subindo as escadas e indo para seu quarto. Um movimento ao seu lado fez Castiel virar o rosto, vendo seu pai entrando e fechando a porta, dando um pequeno suspiro. "O que aconteceu?" Chuck passou por ele e por um momento Castiel pensou que também iria para o quarto, mas o homem havia voltado com uma cerveja na mão e sentado ao seu lado no sofá. "Pai?"
Chuck olhou para o filme por alguns segundos, antes de tomar um gole da cerveja e finalmente falar alguma coisa. "O que você sabe sobre lifetimers, Castiel?"
Castiel franziu o cenho, entortando um pouco a cabeça para o lado, não esperando por aquela pergunta. "Não muito." Respondeu, ainda sem entender a relação com aquilo tudo. "Eu estou vivo há apenas 106 anos, não procurei estudar muito sobre eles, não sabia se realmente era preciso."
"107." Corrigiu seu pai.
"Perdão?"
"Amanhã é seu aniversário, então tecnicamente você tem 107 anos." Castiel soltou um pequeno 'Oh.'
"Essa conversa tem a ver com o Gabriel?" Perguntou interessado.
Chuck deu mais um suspiro, e mais um gole. "Ordinários os estudam como mitologia, mas nós, imortais, sabemos que eles são reais. Lifetimers são os humanos que possuem a incrível habilidade de reencarnar doze vezes, uma vida para cada signo do zodíaco." Chuck pegou algumas pipocas e colocou na boca antes de continuar. "Quando morrem, nascem em outra vida, sem quaisquer vestígios de suas memórias antigas, basicamente, a única coisa que continua igual, é sua irmã ou irmão, já que corre no sangue, seu nome e sua aparência. Eles, é claro, não tem ideia que possuem esse dom, mas a qual eu chamo, assim como nossa imortalidade, uma maldição, talvez não para eles mesmos, mas para seus parceiros." Chuck virou-se para Castiel, finalmente. "Quantos lifetimers você conhece?"
Castiel balançou a cabeça negativamente. "Nenhum."
"Eu conheci." Chuck disse tristemente. "Foi alguém antes de sua mãe, muito antes. Ele era um curandeiro."
"Ele?"
Chuck deu um pequeno sorriso. "Por que? Está surpreso?"
"Um pouco."
"É horrível, Castiel, quando se conhece alguém com quem você tem uma ligação, mas que você sabe que é impossível para dar certo por causa dessas...maldições."
