Capítulo único

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Deitada no chão de seu quarto, olhando o teto cheio de estrelas de plástico, Grace pensava na sua última noite com seu namorado, atualmente ex, como esperado de sua parte, lágrimas escorriam pelos seus olhos castanhos claros porque ela simplesmente não aceitava o fato de seu amado ter a traído e sido assassinado pelo pai do outro garoto. Não poderia negar, fácil não estava sendo.
Com uma batida leve em sua porta pode logo em seguida escutar a mãe falando consigo.

- Grace Evan, saia agora desse quarto! Faz quatro semanas, filha, não acha que está na hora de seguir em frente?

Não poderia negar, as palavras foram um choque, como assim havia se passado quatro semanas? Agora ela entendia o motivo de seus pais levarem comida para ela, mas fazia tão pouco tempo em sua mente que parecia dois dias, não quatro semanas.

- Vamos, filha hoje é domingo, podemos ir tomar sorvete igual fazíamos quando era criança. - A voz de seu pai se fez presente, será que ele achava que sorvete conseguia consertar um coração totalmente em luto?

A respostar é óbvia: Não.

Movendo seus dedos finos pode ver a foto em sua mão, era ela e seu namorado, naquele dia seus cabelos cacheados estavam mais bonitos e sedosos que o normal, sua pele bronzeada naturalmente ficou luminosa sobre a luz do sol, os cabelos loiros de seu ex se destacavam, assim como sua pele branca. Naquele dia ele havia se queimado no sol, uma boa lembrança pois recorda-se que riram muito por esse descuido.

Mais lágrimas, muitas delas, poderia fazer um rio em seu quarto.

- Por favor, Grace, saia desse quarto. -
Nunca pensou que ouviria seu irmão mais velho lhe pedir algo, mas parece que o dia havia finalmente chegado, mas obviamente não era algo bom.

Suspirando, levantou-se e dirigiu seu corpo cansado para o banheiro, quando olhou seu reflexo, assustou-se pois nunca esteve com tal aparência. Cabelos desgrenhados e sem vida, olhos inchados e brilhosos de tristeza, e sua pele totalmente seca. Despiu-se e tomou um longo banho, queria esquecer todas as boas memórias e todas as memórias ruins.

- Você está com o rosto azul, Grace. - Rindo, abraçou o namorado, sujando sua camiseta branca na coloração azul, sua favorita.

Com dificuldade, abriu as janelas de seu quarto, vestida com uma saia azul e uma blusa social branca, o sol era fraco e o céu colorido de rosa o deixava mais bonito, colocando um sorriso fraco nos lábios andou até a porta branca, abrindo-a e dando de cara com seu amigo de infância, Bradley.
- Vim ver como estava, mas parece bem. - Seu sorriso era tímido, seus cabelos castanhos escuros estavam bem arrumados, fazendo seus cachos ficarem nas pontas.
- Mais ou menos, você sabe como me sinto. - Olhando suas sapatilhas brancas como sua camiseta, viu o jovem colocar a mão no bolso e puxar algo de lá.

A chave de um carro.

- Pensei em andarmos pela cidade de carro como fazíamos quando estávamos de mal. - Olhando em seus olhos amendoados, aceitou, não negaria uma programação tão boa de quando era criança.

Ao descer as escadas, seus pais e irmão se espantaram, afinal fazia quatro semanas, quatro semanas que não se tocava no nome de Luke Hemmings e Michael Clifford, quatro semanas que o patriarca da família Clifford assassinou o jovem descendente​ da família Hemmings, quatro semanas de luto para Grace.

- Eu e Brad vamos andar de carro, voltamos antes das dez. - Puxando o garoto consideravelmente mais alto que si, passou correndo pela sala em direção ao jardim, esperando ele abrir o carro e assim ele fez, entrando no veículo pode ver de longe, pela janela, sua vizinha e ex sogra, Liz, chorando na varanda do quarto do filho falecido.
- O penhasco? - Virando-se, pousou suas orbes no seu amigo, com um sorriso, assentiu e esperou chegar no destino.
...
Ao descer do automóvel, Bradley pegou um cobertor no porta malas e indicou para sentar-se ao seu lado no capô, e sem pensar duas vezes, o fez, encolheu-se sobre o corpo magro do outro e permitiu-se chorar sobre o pôr do sol e o nascer da lua cheia, porque ela sabia que dias como aquele poderiam nunca mais chegar para si, pois percebeu que Luke Hemmings pintou sua vida de vermelho, onde tudo era azul, tornando roxo, e Bradley voltou para poder pinta-la de colorido novamente.

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